segunda-feira, 31 de março de 2014

Sete dicas para melhorar sua Natação


100 atividades de Natação
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É sempre importante saber o que esportista mais experientes pensa sobre o esporte que queremos melhorar. Na natação, como há uma variedade de estilos e técnicas a aprender, prestar atenção em dicas é fundamental para a melhora da performance e dificulta a escolha dos treinos. Qual você deve trabalhar mais? Quais dicas vão resultar numa melhora de desempenho nas piscinas?

Aqui estão as sete dicas de uma tri-atleta americana, que considera as mais importantes dos aspectos do estilo livre que você deve focar. As dicas são para todos, desde o iniciante ao profissional, nadadores ou triatletas.

1. Não segure o fôlego. A sensação de estar ficando sem ar é causada pelo dióxido de carbono, produzido nos pulões, e não pela falta de oxigênio. Uma respiração estável e constante feita pelo nariz e boca enquanto sua face está na água pode prevenir esse fenômeno desagradável. Inspirar a cada três braçadas é um bom padrão para se usar, e assim você poderar obter oxigênio de ambas as partes do seu corpo.

2. Relaxe, relaxe e relaxe! Esse conselho parece simples (até que você comece a nadar!). Os melhores nadadores do mundo parecem deslizar sobre a superfície da água. Você não pode lutar contra a água, pois ela sempre vai vencer. Ao invés disso, relaxe e canalize sua energia exclusivamente para mover o seu corpo para frente. Pratique a simples arte de flutuar de bruços na superfície.

3. Alinhe sua coluna. Em terra firme, fique de cabeça erguida e olhe para frente. Veja o alinhamento do seu pescoço juntamente com o da sua coluna e sua face está apontando para frente. Tome essa posição na água. A linha d’água deve ficar no centro do topo da sua cabeça,e a sua face deve ficar apontando para o fundo da piscina.

4.  Lembre-se de deslizar na água.  A braçada é diferente de pedalar ou correr, pois não está atrelado a continuidade, ou pelo menos não deveria estar. Ao correr, não há diferenciação em cada movimento e ao pedalar a rotação é contínua. Ao nadar, cada braçada difere da outra. Quando seu braço entra na água acima da sua cabeça, deixe-o estendido por alguns momentos antes de começar a remada. Não seja simplesmente um moinho de vento.

5. Rotacione, mas não abuse. Rotacionar o corpo é uma arte. Aqueles que fazem isso com perfeição cortam as águas como uma faca. O segredo é não  girar demais. Se o fundo da piscina for 0 grau e o lado da piscina for de 90 graus, seu tronco nunca deve passar de 45 graus de cada lado. Lembre-se, sua cabeça e pernas não giram com o seu tronco e quadris, e mantenha a batida de pés para cima e para baixo.

6. Nunca cruze a linha central proibida. Não importa a que circunstância, seus braços nunca devem passar a linha central do seu corpo. No momento da braçada, bata o braço em direção a água na mesma  linha de seus ombros. Estenda seus braços na braçada e reme forte durante a puxada, terminando com a sua mão próxima da sua coxa. O movimento deve lembrar um ponto de interrogação. Mantenha seus dedos para o fundo da piscina e o cotovelo elevado.

7. Chute desde os quadris. Relaxe seus joelhos. Aponte seus dedos. Pense em estapear a superfície da água com os seus pés; eles devem fazer um pequeno splash. Se você se sentir exausto e os músculos flexores do quadril estiverem doloridos, você está fazendo isso certo!

Sara McLarty é triatleta profissional e é conhecida como uma das nadadoras mais rápidas do triathlon. As dicas estão disponíveis na revista digital The Beginner Triathlete’s Guidebook.


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quarta-feira, 12 de março de 2014

Desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor da criança na Natação


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Desenvolvimento da criança

    A criança vem ao mundo com possibilidades que sendo estimuladas resultam em capacidades, que influenciam em um bom ou mau desenvolvimento, de acordo com sua interação com o mundo. Segundo Papalia e Sally (1981), a moderna ciência do desenvolvimento visa principalmente às mudanças comportamentais e o porque que as mesmas ocorrem. De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), o desenvolvimento é um processo permanente que se inicia na concepção e cessa somente na morte.

    Antes de partir diretamente às propostas de aulas, é importante caracterizar melhor a infância, em seu processo de desenvolvimento e suas diversas manifestações. Se os professores conhecerem melhor como entende e como age uma criança de certa faixa etária, podem planejar melhor a aula, visando um melhor aprendizado por parte da criança.

    Gallahue e Ozmun (2003: 07), dizem que "o desenvolvimento é relacionado à idade, mas não depende dela"; pois, o momento de desenvolvimento de um indivíduo, muitas vezes não é compatível com a maioria. Logo, deve-se respeitar o processo de crescimento e desenvolvimento de cada criança. A idade é um dado, a qual características semelhantes do desenvolvimento podem ser observadas, porém não deve ser analisado como um recurso rígido e inflexível, já que muitos outros fatores devem ser analisados e levados em consideração.

    Fatores do ambiente envolvem a criança influenciando-a diretamente em seu desenvolvimento. O ambiente influencia o indivíduo. Alguns fatores do ambiente estão relacionados à cultura da sociedade; ao relacionamento afetivo mais próximo (relação com os pais e outras pessoas que a cercam); nutrição (para um bom funcionamento do organismo); assim como estímulos que são dados à criança.

    Com base na teoria desenvolvimentista, o indivíduo deve ser analisado em sua totalidade, considerando a interação das esferas cognitiva, afetiva e psicomotora; os fatores relacionados ao ambiente, a perspectiva biológica e faixa etária, não desvinculando uma esfera das outras. A faixa etária significa apenas dados, onde certas características podem ser observadas, mas não deve-se desconsiderar a individualidade e especificidade. De acordo com a teoria desenvolvimentista, embora as áreas do comportamento sejam separadas para o estudo, não podem ser desvinculadas uma das outras porque são dependentes no aspecto do desenvolvimento humano.


Desenvolvimento cognitivo

    A área cognitiva está relacionada ao potencial que o indivíduo tem para a aprendizagem; e é um produto da interação de fatores genéticos e ambientais, segundo Papalia e Sally (1981), que relatam que a inteligência é uma interação ativa da capacidade herdada e a experiência ambiental, resultando em um indivíduo capaz de adquirir lembrar e usar conhecimento; de entender conceitos concretos e abstratos; de entender relacionamentos entre objetos, eventos e idéias e aplicar este entendimento; e o uso de tudo acima no cotidiano.

    Piaget, em suas obras coloca que o movimento é um agente básico na formação de estruturas cognitivas crescentes, basicamente na primeira infância e nos anos pré-escolares (SANTIAGO, 2005). Sua teoria é uma das mais populares entre os estudiosos sobre o desenvolvimento cognitivo na infância. Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo se refere ao funcionamento do desenvolvimento biológico. Em sua teoria, Piaget considera que a atividade biológica e a atividade intelectual fazem parte de um processo global, onde a pessoa faz adaptações e organizações em sua interação com o mundo, ou seja, o comportamento mental é atribuído ao comportamento biológico, segundo o autor. O autor caracteriza que o desenvolvimento cognitivo é constituído por três componentes:

  • Conteúdo: que representa algo observável;

  • Função: refere-se a assimilação e a acomodação, que são características da atividade mental;

  • Estrutura: explica porque ocorrem certos comportamentos. São propriedades de organizações, são os esquemas2.

    O autor faz uma relação do desenvolvimento cognitivo caracterizando-o em estágios. Porém, esclarece que as mudanças de estágios ocorrem de forma contínua, e não como forma abrupta de um estágio para outro.

    Piaget (1963) apud Santiago (2005) formula as fases do desenvolvimento como: estágio da inteligência sensório-motor (de 0 a 2 anos), onde o comportamento é basicamente motor; estágio do pensamento pré-operatório (de 2 a 7 anos), onde a criança desenvolve a linguagem e formas de representação; estágios das operações concretas (de 7 a 11 anos), onde a criança aplica o pensamento lógico; e o estágio das operações concretas (de 11 a 15 anos ou mais), onde a criança aplica o raciocínio lógico3.

    Segundo Piaget apud Santiago (2005), as crianças entre 03 e 06 anos que estão na fase de pensamento pré-operacional, têm a brincadeira como papel importante, pois ocupam a maior parte do dia da criança e servem como importante ferramenta no processo de assimilação. E é nessa faixa etária que a criança desenvolve melhor a linguagem e esta começa a facilitar o processo de aprendizagem.

    Gallahue e Ozmun (2003: 237) relacionam as brincadeiras com o desenvolvimento cognitivo quando afirmam que: "As brincadeiras servem como meios vitais, pelo quais as estruturas cognitivas superiores são gradualmente desenvolvidas". Logo, pode-se notar a importância da brincadeira também no desenvolvimento cognitivo.

    O desenvolvimento cognitivo não deve se separar dos outros aspectos do comportamento humano. Não pode ser visto como esfera independente. O desenvolvimento cognitivo está diretamente relacionado ao desenvolvimento afetivo e motor. Como exemplo, pode-se dizer que a interação da criança com seus pais tem influência sobre o desenvolvimento cognitivo, já que por sua vez tem relação direta com o funcionamento emocional e desenvolvimento da personalidade, o que é a causa de comportamentos, e dessa forma, o indivíduo faz suas escolhas e se posiciona de uma determinada forma no meio em que vive.

    Na aprendizagem de natação, este aspecto também pode ser visto, por conseqüência que a criança estrutura seus movimentos diante daquilo que quer realizar, e ressalta-se o papel do professor, pois ele elabora situações que fazem com que a criança construa seus conhecimentos. Logo a aprendizagem de natação desempenha um importante papel em favorecimento a este desenvolvimento cognitivo frisado aqui no texto.


Desenvolvimento afetivo

    Segundo Santiago (2005), o mecanismo de construção afetiva é o mesmo mecanismo da construção cognitiva. O autor afirma que não existe um comportamento puramente cognitivo e nem mesmo puramente afetivo. Da mesma forma que a criança assimila as experiências à esfera cognitiva, ela também assimila aos esquemas afetivos. Piaget(1981) apud Santiago (2005) descreve como desenvolvimentos paralelos. Ele afirma também que, quando a criança está em processo de aprendizagem, os sucessos e os fracassos, influenciam o interesse e o empenho, demonstrando a presença de auto-estima na criança.

    De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), a área afetiva do desenvolvimento humano relacionado com o estudo do movimento envolve sentimentos e emoções. A avaliação que o indivíduo faz dele mesmo, sua confiança motora, sua interação social, são fatores que o movimento pode influenciar. Logo, pode-se analisar a importância da motivação para a realização da atividade física para o desenvolvimento afetivo da criança.

    Na natação, características como afetividade, empenho e engajamento (envolvimento na tarefa) podem ser notadas. A relação do professor com o aluno, principalmente em crianças pequenas, é de grande importância, pois é a partir dessa relação que a criança se sente segura e aceita no ambiente, favorável para um bom desenvolvimento e aprendizagem. Sem contar que esta esfera da afetividade e da interação emocional pode permitir estímulos motivacionais que proporcionam mais adesão e interesse pela atividade.

    A motivação, segundo Wadsworth (1993), é considerada aquilo que ativa o comportamento. Pode-se notar também a influência da brincadeira na construção destes sentimentos, do raciocínio e dos planos de ação para os movimentos aquáticos. Ou seja, no desenvolvimento integral da criança, pode-se atribuir mudanças à forma com que a motivação influencia a auto-estima, que é uma característica que pode influenciar sua interação social, escolhas, tarefas e a satisfação pessoal, enfatizada pela questão do prazer e ambiente de aprendizagem com emoções positivas e afetividade, que permitem os avanços do aprendizado.


Desenvolvimento motor

    O desenvolvimento motor deve ser compreendido para que o professor possa aplicar certos princípios no ensino aprendizagem da natação. Gallahue e Ozmun (2003: 3) fazem uma analise entre o crescimento, maturação biológica, alterações fisiológicas no desenvolvimento e o ambiente sobre o desenvolvimento motor, o autor afirma que o desenvolvimento motor "... é uma contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente".

    Gallahue e Ozmun (2003) afirmam que antigamente havia uma atenção maior, por parte dos estudiosos do comportamento, para a esfera cognitiva e afetiva do desenvolvimento do indivíduo. Porém ultimamente, nota-se um crescente interesse no estudo do desenvolvimento motor, já que não é possível dissecar o indivíduo, separando as esferas de comportamento. O desenvolvimento motor relaciona as exigências físicas e mecânicas aos fatores relacionados com a experiência e o aprendizado, sendo que estes fatores podem influenciar e modificar uns aos outros, de acordo com a interação comportamental.

    Mansolo (1986) traz em seu trabalho caracterizações quanto à idade em relação direta nas habilidades da natação, dentre elas, são as crianças de 3 a 6 anos. O autor relata que as crianças de 3 anos já conseguem andar de triciclo, onde o movimento é semelhante à perna do crawl. As crianças de 4 anos tem uma melhor independência da musculatura e melhor ritmo que as de 3 anos, supondo uma melhoria do batimento de perna do crawl. Já as crianças de 5 anos, o autor afirma que são mais ágeis, têm um melhor controle das atividades corporais gerais em relação as de 4 anos, melhorando sua coordenação fina. Relata que as crianças de 6 anos são mais ativas e conseguem ter uma grande evolução da coordenação4.

    Com base nesses estudos, a natação para crianças mostra-se algo que, sendo bem aplicada, traz benefícios, favorecendo um bom desenvolvimento motor da criança.

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A brincadeira e a natação infantil


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    As brincadeiras e jogos que são oferecidos à criança devem estar de acordo com o período de desenvolvimento em que ela se encontra, para que a criança possa aproveitar da situação e desenvolver melhor. Daí, a importância do professor em conhecer o crescimento e desenvolvimento da criança. Por isso, no processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.

    A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento estruturado e formalizado, como por exemplo, um processo tecnicista de ensino da natação, a favor da perfeição da técnica e rendimento da criança, ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brincadeiras e com outras crianças. Para que a criança possa realmente motivar-se em seu aprendizado.

    A natação, compreendida sob a ótica da brincadeira e da criatividade, deverá encontrar maior espaço para atuar como forma de motivação, na medida em que os professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir para o desenvolvimento da criança.

    Quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica. É fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sócio-cultural, para formular sua proposta pedagógica.

    Entende-se, a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado pela ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo.

    O ensino da natação deve considerar a diversidade como um princípio que se aplica à construção dos processos de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de objetivos e conteúdos, visando a ampliar as relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem. Busca-se legitimar as diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem com a consideração das dimensões afetivas, cognitivas, motoras e sócio-culturais dos alunos.

    Fica evidente que ao trabalhar com uma determinada atividade, no caso a natação, o professor não pode atribuir seu conhecimento simplesmente na atividade proposta, mas é necessário que ele aprenda a conhecer o mundo da criança, suas manifestações, seus interesses e o desenvolvimento.

    As brincadeiras das aulas de natação devem ter relação com a cultura infantil, e com a fantasia e o imaginário da criança. Atividades que encorajam as crianças com a intenção de promover um bom relacionamento com a água e possibilitar inúmeras alternativas de expressão dentro do meio líquido.

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A prática da Natação e sua iniciação


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O esporte é um elemento importante no cotidiano do homem moderno desde criança até a terceira idade. Sua prática tem como finalidade uma série de objetivos, entre eles a ocupação do tempo livre, como forma de educação escolar, prevenção de doenças, e lazer.

    A natação é considerada um dos esportes mais completos e que possui menos restrições, como afirmam os autores Wilkie e Kelvin (1984: 12): "A natação é muitas vezes considerada como um dos desportos mais saudáveis. Recomendada pelos médicos, é tida como uma espécie de panacéia, para a vasta gama de doenças". Araújo (1993, [s.n]) traz através da Federação Internacional de Natação Amadora (FINA) que "[...] nadar representa a ação de auto-propulsão e auto sustentação na água que o homem aprendeu por instinto ou observando os animais. É um dos exercícios físicos mais completos".

    De acordo com Mansolo (1986: 2), a natação é fonte de grandes números de benefícios, tais como:

  • desenvolvimento cardio-circulátório e repiratório;

  • correção e manutenção da postura e prevenção de desvios da coluna vertebral;
  • aumento do volume sanguíneo e muscular do organismo;
  • maior desenvolvimento motor geral (coordenação e ritmo);
  • estimulação endócrina dos processos digestivos e metabólicos;
  • terapia para portadores de bronquite asmática (através do fortalecimento da musculatura responsável pela expiração);
  • recuperação e reabilitação de deficientes físicos e pós-operatório;
  • alívio das tensões e profilaxia da fadiga mental e física;
  • condicionamento físico, auto-confiança e preservação da vida humana no meio líquido (auto-preservação e salvamento);
  • desenvolvimento harmônico do físico e da estética (MANSOLO, 1986, p.2).

    Porém, é certo lembrar que apesar de seus benefícios, não é um esporte de fácil acesso para a maioria da população. Presente em academias e clubes, a natação ainda é restrita à população que possui um poder aquisitivo menor; por causa do acesso às piscinas e do pagamento dos serviços especializados.

    Segundo pesquisa feita pelo IBGE em 2003, mostrou-se que 23% da população está vivendo com um rendimento mensal de um salário mínimo (SM), ou menos, ao mês (atualmente 380 reais); ou seja, um percentual de quase ¼ da população do Brasil. Logo após vem 17,1% que vive com um a dois SM/ mês. E ainda temos os desempregados que constituem uma parte considerável da população. Poucos bairros possuem piscinas públicas, e ainda observa-se que não há profissionais qualificados que possam ensinar essa parte da população. Logo, pode-se perceber que ainda se torna difícil o acesso dessa atividade por toda a população brasileira.

    Uma entrevista feita pela revista Natação Hammer Head (2005), com o então Ministro do Esporte Agnelo Queiroz, que possui conhecimento dos efeitos positivos da natação, relata que está sendo desenvolvida uma política pública, discutindo questões relacionadas à Educação Física Escolar, onde uma das modalidades é a natação. Porém, o incentivo atualmente, é o oferecimento de uma bolsa mensal para aqueles atletas que já possuem algum rendimento1.

    A natação poderia ser analisada como um esporte de infinitas possibilidades e, pelos seus benefícios, deveria despertar um maior interesse por parte do governo, implantando-o em escolas públicas, clubes ou parques com profissionais capacitados, já que promove uma melhoria no desenvolvimento integral de cada pessoa, ajudando-a em sua formação; pois a natação é um esporte que traz benefícios à saúde, envolvendo questões psicológicas e sociais.

    Entretanto, apesar de muitas pessoas estarem impedidas de usufruir dessa atividade, vem aumentando o número de academias de natação e outras possibilidades de acesso à modalidade, que são locais que estão se estruturando para oferecer boas condições para quem vai praticá-la. Estruturas como: piscinas cobertas; aquecimento da água; materiais para o auxílio; novas metodologias; tratamentos e manutenção de piscinas mais acessíveis e menos agressivos ao ambiente e aos usuários, dentre outros.

    Sobre a prática, Araújo Jr. (1993) relata que:

Um aprendiz aproxima-se da piscina com dois intuitos: um, o utilitário, onde o desejo de aprender orientado por alguém prende-se à necessidade de defesa, à vontade de aumentar o campo de diversão e à prática de um exercício salutar, sem obrigatoriedade; outro é aquele que se dirige à iniciação desportiva com objetivos ou com olhos postos no futuro, quando, quem sabe competirá ( ARAÚJO Jr., 1993: 19).

    O aumento da procura da prática de natação, também se norteia pela conscientização das pessoas pelo benefício da prática esportiva, e outras vezes por orientação de um médico, já que é um exercício com baixo número de restrições. O movimento do nado solicita o exercício de uma série de músculos, sem causar impacto nas articulações. O corpo mantém-se estendido na água e sempre sendo alongado promovendo alívio de possíveis dores da coluna vertebral.

    Acarreta um aumento na atividade respiratória, por causa da pressão da água no tórax aliado ao exercício, fazendo com que os pulmões tenham que trabalhar mais, assim como o coração, pelo aumento das trocas gasosas aumentando a circulação. Sobre isso Klemn (1994) salienta que:

O aumento do metabolismo resulta da intensificação dos movimentos respiratórios e da aceleração da circulação do sangue, juntamente com o benéfico crescimento do tecido muscular provocada por esse fator (KLEMN, 1994: 21).

    Na criança, a natação propicia um desenvolvimento ótimo das funções orgânicas. "É aceito de forma geral que a atividade física é essencial para o crescimento normal da criança" (DE ROSE JR, 2002: 65). A prática dessa atividade é oferecida a todas as faixas etárias, incluindo-se aí desde os bebês até idosos. Muitos pais matriculam seus filhos ainda pequenos em programas de adaptação ao meio líquido, esperando que com isso os mesmos aprendam a nadar. Mas o que muitos não têm em mente é que os benefícios de um programa de natação infantil vão muito além do saber nadar.

    Sem dúvida, a natação infantil é um instrumento eficiente de aplicação da Educação Física no ser humano. E também é possível afirmar, no que diz respeito, por exemplo, ao desenvolvimento motor, sua decisiva participação na construção do esquema corporal e seu papel integrador no processo de maturação, como assinala Dasmaceno (1995). Fazendo uma relação da natação com o desenvolvimento motor, Araújo Jr. (1993) afirma que:

A natação, baseada no conceito da psicomotricidade humana, deve-se dirigir a uma formação em que a racionalização do movimento não iniba a criatividade, a espontaneidade, a liberdade do movimento e sua significação e sentido (ARAUJO JR, 1993: 32).

    Nesse sentido, a natação infantil não pode se deter somente ao fato de que a criança aprenda a nadar, mas como afirmam Navarro e Tagarro (1980) apud Santiago (2005), contribuir para ativar o processo evolutivo psicomorfológico da criança, auxiliando-a no desenvolvimento de sua psicomotricidade e reforçando o início de sua personalidade.

    A natação infantil, segundo esses mesmos autores, envolve desde a ativação das células cerebrais da criança, até um melhor e mais precoce desenvolvimento de sua psicomotricidade, sociabilidade e reforço do sistema cardiovascular morfológico.

    Podemos dizer, assim como Cirigliano (1981) apud Santiago (2005), que um programa de natação para crianças, quando elaborado e conduzido por um profissional competente, assume o importante papel de educar integralmente a criança, ajudando-a em seu desenvolvimento integral. Dessa forma, o fim que persegue um método de natação não deve ser unicamente que o aluno chegue a converter-se em um bom nadador. Como salienta Navarro (1978) apud Santiago (2005), o aluno deve também receber um acúmulo de experiências que, através das suas vivências lhe enriqueçam e contribuam à sua melhor educação integral.

    O professor deve estar atento, pois o organismo da criança passa por muitas alterações durante o crescimento e desenvolvimento, por isso deve-se respeitar o desenvolvimento biológico de cada um. Segundo De Rose Jr (2002), as funções orgânicas estão em constantes modificações e o exercício provoca na criança modificações no desenvolvimento orgânico, podendo favorecer ou prejudicar esse desenvolvimento. Makarenko (2001) trás dados científicos referentes à fisiologia evolutiva informando que uma atividade com uma orientação correta, contribui para o desenvolvimento das capacidades e atua na determinação da individualidade de cada criança, ou seja, estimulando para um bom desenvolvimento do organismo.

    Conforme o autor relata, crianças entre três e quatro anos se encontram em um período ótimo para o desenvolvimento do sistema motor, assim como o aperfeiçoamento da fala e mecanismos fisiológicos de movimentos voluntários. Estas são épocas da vida da criança que, deve-se aproveitar para estimular suas capacidades e potencialidades, com o objetivo de favorecer positivamente em seu crescimento e desenvolvimento. Porém, apesar de estarem em uma ótima fase para desenvolver a atividade corporal, é muito importante que o professor tenha a sensibilidade de observar a individualidade e necessidade de cada aluno no processo de ensino, para não tornar a atividade um fator negativo na vida da criança, quando, por exemplo, estes fatores não são levadas em consideração, conforme Makarenko (2001).

    Devido ao forte vínculo que a criança tem (principalmente as menores), especialmente com a mãe, quando separada, muitas vezes, ao iniciar as aulas, estranha. O professor e os colegas são pessoas desconhecidas, não trazendo confiança por serem pessoas alheias a seu grupo de interação social; o lugar, por ser um ambiente novo; a piscina, da qual muitas vezes sente medo pelos mistérios que o meio aquático pode provocar; então cabe ao profissional transmitir segurança e proporcionar descontração para um início positivo. Sobre isso, Palmer (1990) afirma que:

Por de tratar de atividade com excessivo componente psicológico, que envolve medo e ansiedade, o profissional com bom senso conseguirá um equilíbrio entre as aspirações individuais e as necessidades de socialização de seu público (PALMER, 1990: 34)

    Outras, porém, são mais soltas e tranqüilas em relação à piscina, com isso conseguem rapidamente se envolver e descobrem rapidamente o mundo novo e divertido que é debaixo da água. Assim, tanto para aquelas que têm maiores dificuldades quanto para aquela que possui maior facilidade na aprendizagem, acrescentar elementos lúdicos é muito importante para tornar as aulas motivantes e agradáveis adequando-as à faixa etária. Cabe ao professor estar sempre atento às características e necessidades de cada aluno, levando em consideração seu desenvolvimento para respeitá-lo e ajudá-lo em seu processo de aprendizagem.

    Apesar da água ser propícia ao relaxamento e aos processos de aprendizagem, como cita Palmer (1990), algumas crianças possuem medo da piscina, muitas vezes por algum trauma provocado por acidentes, ou simplesmente pela falta de seu contato físico, sentindo um domínio da água sobre ela (a criança):

A tensão muscular também pode ser de origem psicológica. O medo do ambiente aquático também pode resultar em impulsos motores eferentes, sendo transmitidos do cérebro para o músculos, causando contrações das fibras e cansaço prematuro (PALMER, 1990: 23).

    Por isso, deve-se envolvê-la em um ambiente de brincadeiras, mostrando-lhe que a natação é algo divertido, dando-lhe total segurança até que, ficando mais calma, consegue usufruir do momento sem se sentir dominada e acuada pela água. Assim, torna-se viável propor algumas atividades pelas quais poderá perceber aos poucos que vai adquirindo um melhor domínio sobre o local em que se encontra submerso, desenvolvendo sua autonomia na água.

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terça-feira, 11 de março de 2014

Cesar Cielo é contratado pelo Minas Tênis Clube


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Cesar Cielo é contratado pelo Minas Tênis Clube
Foto: Osvaldo F. / Contrapé
 O recordista e campeão mundial Cesar Cielo agora é atleta do Minas Tênis Clube. O nadador de 27 anos, que está em Phoenix desde o início do ano em treinamento, sai dos Estados Unidos diretamente para Belo Horizonte, onde será apresentado oficialmente por seu novo clube na quinta-feira. Ele deve permanecer na equipe até a Olimpíada do Rio, em 2016.
 
"Já tinha competido no Minas em algumas oportunidades. Já sabia da estrutura de competição do clube e sempre achei tudo muito organizado. Agora que conheço toda a infraestrutura do Minas, só reafirmei a impressão que tinha. A estrutura é muito boa e estou muito feliz com tudo o que vi aqui", afirma o nadador.
 
Cielo competiu a última temporada pelo Clube de Campo de Piracicaba, pequeno time do interior paulista no qual começou sua carreira na natação. No fim de 2012, o velocista havia saído do Flamengo, que diminuiu seu investimento nos esportes olímpicos. O maior tempo da trajetória de Cielo, entretanto, foi no Clube Pinheiros.
 
A primeira competição de Cielo por seu novo clube é o Troféu Maria Lenk, que voltará a ser disputado em São Paulo, no Complexo Aquático Caio Pompeu de Toledo, no Ibirapuera, entre os dias 21 e 26 de abril. O Minas Tênis foi o campeão do torneio no ano passado.

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quinta-feira, 6 de março de 2014

Natação: o mais popular dos esportes aquáticos


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Borboleta - Um dos quatro estilos de natação

As atividades físicas praticadas no ambiente aquático são diversas, como saltos ornamentais, nado sincronizado, hidroginástica, polo aquático e deep running (corrida na água). Essas são atividades geralmente orientadas por professores e praticadas de modo mais sistematizado. Porém, o contato do corpo humano com o ambiente aquático gera uma sensação bastante agradável de bem-estar, nem que seja apenas submergindo o corpo em água. Por isso, crianças e adultos divertem-se na praia, nos lagos e nas piscinas.

No entanto, quando se pensa em água, a ideia de nadar logo entra em cena. Nadar implica necessariamente em deslocamento do corpo humano no ambiente aquático. Tudo isso parece muito simples até nos recordarmos que o homem não respira no meio aquático e, se o local em que ele está tem a profundidade maior do que sua altura, então o ser humano precisou inventar um meio de deslocamento nesse ambiente. A esse tipo de habilidade desenvolvida e aperfeiçoada pelo homem e transmitida através das gerações, o antropólogo Marcel Mauss chama de técnicas corporais.

Mauss, que viveu entre o final do século XIX e meados do século XX, relata em seu artigo "as técnicas do corpo", como ele aprendeu a nadar: "nos ensinavam a mergulhar depois de ter aprendido a nadar. E quando nos ensinavam a mergulhar, nos diziam para fechar os olhos e depois abri-los dentro d´água. Hoje a técnica é inversa. Começa-se toda a aprendizagem habituando a criança a ficar dentro d´água de olhos abertos." Esse depoimento é importante para não pensarmos a natação como uma técnica estática, ao contrário: ela foi visivelmente aperfeiçoada no decorrer do século XX.

Oficialmente e atualmente falando, são quatro os estilos da natação: crawl (ou livre), costas, peito e borboleta:

  •  Crawl: é caracterizado por pernadas estendidas e alternadas, aliadas à alternância de movimento dos braços: sempre haverá um braço realizando a puxada dentro da água e o outro fazendo a fase aérea, por cima da água;
  •  Costas: A pernada é a mesma do nado crawl, mas a posição do corpo na água é invertida. As braçadas são alternadas, projetando os braços à frente sobre a superfície da água;
  •  Peito: os braços são movimentados simultaneamente. Inicia-se a braçada com os dois braços estendidos e unidos em um movimento de abertura dos braços, puxada da água, seguido da volta à posição inicial. O movimento de perna segue a mesma descrição (mas a água é empurrada, e não puxada, nesse caso);
  •  Borboleta: A pernada desse nado chama-se ondulação e começa com um impulso forte de quadril. Os braços são movimentados concomitantemente: são passados sobre a água e, ao imergirem, puxam a água em um movimento que lembra a figura de uma fechadura.

A ordem em que foi disposta a descrição dos estilos, é a ordem em que a natação costuma ser ensinada aos alunos. Deve-se lembrar que os estilos costas e borboleta são modalidades praticamente restritas às aulas de natação e às provas curtas, disputadas nas piscinas.

A natação também têm provas de longa distância que são disputadas em lagos, rios ou mares, que antes eram chamadas de travessias e hoje têm o nome de maratonas aquáticas. Nesse tipo de competição, o atleta pode nadar com o estilo que preferir, mas geralmente prefere-se nadar crawl revesando com um pouco de peito. O costas não tem uma função específica nesse tipo de prova, já que ele impede o nadador de se localizar; o borboleta, por sua vez, é tido como um estilo que exige muita força do atleta, por isso também não é conveniente o seu uso nesse tipo de prova.

Como uma prática regular, a natação oferece muitos benefícios: desenvolvimento da resistência cardiorrespiratória, da força e da resistência muscular, da flexibilidade, alívio do estresse, melhora da autoimagem e controle do peso. Então, fica fácil entender porque se diz que a natação é um esporte bastante completo.


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