Pela primeira vez na carreira, Cesar Cielo se atrasou para uma competição. O campeão olímpico, homem mais rápido do mundo nas piscinas, desligou o despertador e perdeu a hora. A chegada apressada ao Parque Aquático Maria Lenk prejudicou o aquecimento, mas não afetou o desempenho dentro d'água. Dono do melhor tempo na véspera nos 100m livre, Cielo deixou o cansaço e o susto temporariamente de lado e, em 48s42, garantiu a medalha de ouro no Open de natação.
- Fui apertar o soneca e desliguei o alarme. Acordei às 8h30m e perdi o ônibus que saia às 8h15m. Tentei colocar isso como se fosse numa competição grande. Se fosse nas Olimpíadas, o que eu ia fazer? Tentei manter o controle emocional para não deixar isso me afetar. Cheguei umas 9h30m, foi tudo muito corrido. Não deu para aquecer muito. Coloquei o maiô que nem um maluco, correndo, mas foi bom. Estou contente com esse tempo - contou Cielo.
Após a longa maratona nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, o campeão olímpico teve apenas duas semanas de descanso. Na competição no fim de uma temparada agitada, é difícil driblar o cansaço dentro d'água.
- Não estou conseguindo respirar. A sensação foi muito ruim. Sinceramente, achei que tivesse ido pior que na quarta. Mas fiz um tempo bem bacana para a fase em que estamos. Acho até que doeu menos. Cada vez que entrarmos na água, vai melhorando - disse Cielo.
Nicolas Oliveira, com o tempo de 48s71, também teve motivos para comemorar. Além de levar a prata, o atleta superou em um centésimo a marca de Bruno Fratus e, com o segundo melhor tempo do país, está na zona de classificação para os Jogos de Londres. Marcelo Chierighini, com 49s40, completou o pódio.
- Já tenho batalhado há bastante tempo para fazer isso. Nunca me dediquei tanto como tenho feito nos últimos três meses. Só tenho a agradecer a todo mundo que me apoiou, minha família, meus amigos. Estou muito feliz - afirmou Nicolas.
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