segunda-feira, 30 de abril de 2012

Conceito e objetivo da natação


100 atividades de Natação
Manual para Professor de Natação


Natação é mais do que um esporte, é a arte que o ser humano e outros animais consegue realizar dentro da água. Além da competição, da recreação e do trabalho (mergulhadores profissionais), esse esporte é de suma importância para salvar pessoas em situação de afogamento.


O objetivo de uma competição de natação é determinar qual o nadador mais rápido. A regra básica separa o modo pelo qual o atleta ganha impulso na água em quatro estilos diferentes: crawl (nado livre), costas, peito, borboleta. O medley é quando os quatros estilos são executados na mesma prova.


Cada um desses estilos tem especificações sobre o posicionamento do tórax do atleta e o movimento de pernas e braços. No estilo crawl, por exemplo, o atleta se posiciona com o peito voltado para o fundo da piscina, em posição horizontal no nível da água; os braços saem da água em posição paralela ao corpo, sendo jogados para frente por cima da água, alternadamente (enquanto um é jogado para frente, o outro braço volta para trás por baixo d´água); as pernas movimentam-se para cima e para baixo também alternadamente.


A natação esportiva começou a se tornar popular a partir do século XIX, e atualmente existem vários eventos esportivos, que envolvem provas de natação. As competições internacionais de natação são organizadas e regulamentadas pela FINA (Federação Internacional de Natação).



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O efeito da flexibilidade no tornozelo na pernada do nado crawl


100 atividades de Natação
Manual para Professor de Natação

Introdução

    A capacidade de mover as articulações numa total amplitude de movimento é importante em muitos esportes. A perda da flexibilidade pode acarretar uma redução da eficiência do movimento e aumentar as chances de lesão em alguns esportes. Portanto, para muitos técnicos, exercícios regulares de alongamento se fazem presente nas sessões de treinamento, a fim de aumentar a flexibilidade (POWERS; HOWLEY, 2000, p. 403).

    A natação competitiva tem como prioridade o nadador percorrer uma determinada distância no menor tempo possível, aumentando o interesse pelo aprimoramento da técnica durante as sessões de treinamento (CAMPOS et al., 2009). Franken et al (2008, p. 329) citam outros fatores que podem contribuir na natação como

    a técnica, que desempenha papel importante dentre os fatores que determinam o desempenho devido, particularmente, ao arrasto, que é dependente das características físicas do meio líquido (viscosidade e densidade), da antropometria (área de secção transversa, medidas lineares e coeficiente corporal de arrasto) e, principalmente, da velocidade média de nado (VN). Uma melhor execução técnica do nado leva à redução das forças de arrasto e ao incremento de propulsão final, possibilitando um melhor desempenho.

    A flexibilidade na natação se faz presente na maior parte dos movimentos. Plantanov (2005, p. 303) cita que "a estrutura biomecânica dos movimentos da natação apresenta grandes exigências em relação à mobilidade das articulações dos ombros e dos tornozelos". Um aumento da faixa de movimentos nos tornozelos, nos ombros e na parte inferior das costas, contribui para tempos mais rápidos na natação. Em relação à articulação do tornozelo, Franken et al (2008) comentam que, quanto maior a amplitude do movimento de flexão plantar, maior será a aplicação de força propulsiva no movimento de pernada no estilo crawl.

    Os três tipos de pernadas usados na natação consistem em: pernada de borboleta, pernada de peito e a pernada de adejamento, usada tanto no nado de crawl quanto o nado de costas. As pernadas fornecem propulsão e ajudam o nadador a manter o corpo alinhado durante a braçada e durante o movimento do corpo de um lado para o outro, ou seja, o movimento de pernada do crawl garante uma posição equilibrada e hidrodinâmica do corpo, auxiliando na força do nado e permitindo que as coxas permaneçam em uma posição elevada (STAGER; TANNER, 2008).

    Tratando especialmente da pernada de adejamento, a mesma atua principalmente como estabilizadora, pois o movimento da braçada não é simétrico em torno do eixo longo do corpo. Elas desempenham o papel de uma quilha de um barco, na qual sem a quilha, um barco rápido emborcaria, tornando-se assim ineficiente.

    A pernada de adejamento consiste nas pernas se movimentarem em um ritmo alternado: a pernada para baixo com uma das pernas ocorrendo durante a pernada para cima com a outra. A pernada para baixo é um movimento parecido com uma chicotada, que começa com a flexão do quadril, seguida pela extensão do joelho. A perna flexiona-se no quadril ao ultrapassar o corpo em seu trajeto para cima, para a superfície. A coxa começa a fazer a pressão para baixo sobre a água enquanto a parte inferior da perna, que deve estar relaxada, continua a ser empurrada para cima pela pressão da água que esta sobre ela (MAGLISCHO, 1999).

    A pressão da água sob a perna, também empurra o pé para uma posição estendida, com os dedos apontando para cima (em flexão plantar) e o pé voltado para dentro (invertido). A pernada para baixo é executada com um movimento semelhante a uma chicotada, começando com uma leve flexão do quadril e movimentando para baixo a perna mediante a extensão do joelho. A pernada para cima deve ser efetuada com a perna reta. A pressão da água empurrando a perna para baixo o mantém estendido e o pé em uma posição natural, a meio caminho entre a flexão e a extensão, a parte inferior da perna e o pé devem ficar relaxados durante toda a pernada para cima, assim permanecendo até que o joelho começa a estender-se durante a pernada para baixo seguinte. Isso permite que a água posicione adequadamente a perna. O movimento ascendente de toda pernada é realizado pelos músculos que estendem a articulação. A pernada para cima termina quando a perna ultrapassa o corpo em seu trajeto para a superfície. Isso ocorre quando a perna flexiona-se no quadril para a seguinte pernada para baixo (MAGLISCHO, 1999).

    Farinatti (2000) enfatiza que é na natação, sem dúvida, que se pode encontrar a maior quantidade de trabalhos demonstrando evidências de como a flexibilidade pode influenciar no desempenho de uma modalidade esportiva. Cureton citado por Colwin (2000) coloca que já na década de 30 era documentada a associação entre flexibilidade e nadadores de uma forma geral. Em 1932, foram realizadas várias medidas nas equipes olímpicas do Japão e Estados Unidos, observando nítida vantagem para os primeiros, donos dos melhores resultados na competição realizada naquela ocasião. A pesquisa mostrou que a braçada dos japoneses velocistas era significativamente mais forte do que a dos americanos, concluindo que o braço flexionado no nado puxava com mais força a água. Cureton prestava bastante atenção à flexibilidade do tornozelo, na qual os japoneses conseguiam marcas bastante superiores às dos americanos (74,8 graus de movimento em média, contra 65,4), evidenciando também uma propulsão muito maior na pernada em razão desta flexibilidade.

    O nadador que tiver menor capacidade de estender seus pés ao nível dos tornozelos terá como conseqüência os pés voltados para baixo muito antes que suas pernas estejam estendidas. Visto que seus pés estão quase perpendiculares ao fluxo da água, esse nadador empurra a água para baixo, e não para trás, com seus pés e suas pernas nas proximidades do final da pernada para baixo (MAGLISCHO, 1999).

    Através do nível de flexibilidade na articulação do tornozelo, o nadador poderá realizar pernadas mais fortes empurrando maior quantidade de água para trás e, então, propiciar a sua propulsão à frente (CAMPOS et al., 2009). Machado (1978) enfatiza que a maior necessidade do trabalho de pernas liga-se à manutenção do equilíbrio, uma vez que a sua propulsão hoje corresponde de 10 a 20% do rendimento total. Se deixarmos de executar o trabalho de pernas, a flutuabilidade sofrerá e, consequentemente, a aplicação de força será efetuada de modo incorreto, zonas de atrito serão criadas e a progressão do nadador dificultada.

    Outros fatores a serem considerados em relação à flexibilidade na Natação, é que um nível insuficiente da mesma não irá permitir que seja desenvolvida uma técnica de natação eficiente, limitando o aparecimento da força, da capacidade de velocidade, coordenação, provocando enfim, uma menor economia de trabalho e com freqüência causando a deteriorização dos músculos e dos ligamentos (PLATONOV; FESSENKO, 2003).

    Não foi ainda definida a amplitude ideal das pernas em seu maior afastamento, mas ela provavelmente situa-se entre 50cm e 80cm (MAGLISCHO, 1999). Juntamente com a força e a resistência, a flexibilidade é também um componente importante da performance muscular. Em geral, pode ser descrita como a propriedade que torna uma estrutura capaz de ser flexionada, virada, curvada e torcida sem se quebrar (MATHEWS; FOX, 1979). Ainda Makarenko (2001) considera que, para alcançar altos resultados em distâncias curtas no crawl, os índices que possuem maior importância são, entre eles, uma boa flexibilidade no tornozelo.

    Neste sentido, a pernada de crawl assume um papel importante para o nado, onde a técnica correta do movimento, assim como uma maior flexão plantar, poderá contribuir para uma maior propulsão e eficácia do nado. Desta forma, este estudo objetivou investigar a influência da flexibilidade do tornozelo na pernada do nado crawl.

Materiais e métodos

    A pesquisa caracterizou-se como causal-comparativo por comparar o desempenho na tarefa de sprint em pernada do nado crawl com o grau de flexibilidade dos nadadores e de diferentes nados. Participaram deste estudo 10 nadadores, de rendimento há pelo menos 3 anos, participantes de competições estaduais e nacionais. Dos quais 6 do naipe masculino e 4 do naipe feminino, com faixa etária variando entre 14 e 21 anos.

    Para a realização da tarefa foi necessária uma piscina de 25m com marcação dos 15m e temperatura de acordo com a norma da Federação Internacional de Natação Amadora – FINA (2005), que estabelece uma temperatura variando de 26º a 29º. A temperatura exterior foi ambiente. A aplicação do teste se deu no horário de treinamento dos atletas.

    Antes de iniciar o estudo, todos os nadadores foram informados dos objetivos e procedimentos envolvidos na pesquisa, dando seu consentimento verbal e por escrito para participar da pesquisa. Os sujeitos foram submetidos à avaliação de flexibilidade através de um goniômetro, sendo este composto de duas réguas transparentes para medição da movimentação articular. Logo após, o tamanho do pé foi medido através de um paquímetro de 60 cm.

    Para a realização da tarefa de sprint em pernada do nado crawl, durante o teste, as mãos estiveram apoiadas na prancha, com a cabeça permanecendo fora da água. Na chegada, o nadador deveria encostar a prancha na parede. Cada atleta realizou três tentativas com intervalos de 3 min (sujeitos permaneceram dentro da piscina), sendo considerado para análise o melhor tempo obtido dentre as três tentativas. Durante o teste um avaliador registrou o tempo dos últimos 15m sendo contado o tempo a partir do momento em que a cabeça do nadador ultrapassava a linha dos 15m.

    Foi aplicada a Análise de Variância para amostras independentes, a fim de saber se existia diferença significativa entre as variáveis tamanho do pé, flexibilidade e desempenho. Correlações entre as variáveis foram testadas com aplicação do Teste de Correlação Linear de Pearson (dados paramétricos). Para verificar a influência de uma variável independente sobre a variável dependente, foi aplicado o teste de regressão linear simples. Para todas as análises foi adotado o nível de significância de 0,05 e utilizado o programa de SPSS versão 11.5 for Windows.

Resultados e discussão

    Com a intenção de proporcionar maiores condições para uma compreensão do estudo, os resultados encontrados são dispostos de acordo com os objetivos específicos e discutidos simultaneamente à suas apresentações.

    Os resultados mostraram que os nadadores de peito possuem os maiores pés (média de 25,57cm). Pode-se dizer que para os nadadores de peito, quanto maior for o tamanho dos pés, melhor será sua propulsão, em função de que "as solas dos pés são as superfícies mais propulsivas, deslocando água para trás como fólios" (MAGLISCHO, 1999, p. 468). Os nados de costas, borboleta e crawl, que são pernadas com movimentos semelhantes, tiveram pouca variação no tamanho dos pés.

    Embora o tamanho dos pés dos nadadores especialistas em nado peito sejam maiores, a avaliação da flexão plantar mostrou que os nadadores especialistas nos nados de borboleta (83,33º), costas (74,00º) e crawl (66,00) apresentaram um melhor grau de flexibilidade do que os nadadores de peito. Para isso, Alter apud Schlemm (2007) coloca que, nadadores de crawl, costas e borboleta que possuírem uma boa flexão plantar dos tornozelos é essencial. Segundo Marino apud Farinatti (2000) isto permitirá que os pés do nadador fiquem em boa posição para impelir a água para trás e para baixo (crawl e borboleta) ou para cima (costas), em angulações mais favoráveis à propulsão.

    Os nadadores do nado borboleta foram os que mostraram uma maior flexão plantar. De fato, isto é de grande valia para o desempenho do nadar, pois Colwin (2000) coloca que, a força da pernada do nado borboleta depende, em grande parte, da habilidade do nadador de hiperestender os tornozelos e os pés rapidamente, estabelecendo a tensão na superfície.

    Durante os anos de prática da pesquisadora, em aprendizagem e treinamento de natação, verificou-se que nadadores do estilo peito tinham uma dificuldade em realizar a pernada de adejamento, em função dos pés estarem com a ponta dos dedos em direção ao fundo da piscina, podendo ser um indício de pouca flexibilidade plantar para a realização de uma pernada de adejamento mais eficiente.

    Os resultados da média de amplitude da flexibilidade em dorsi flexão, apontam os especialistas em nado costas com melhor amplitude (11,00º), seguido dos nadadores de crawl (9,00º) e peito (6,67º), como mostra a figura 1. No nado peito, de acordo com Marino apud Farinatti (2000), o movimento de tornozelo é mais importante na flexão dorsal, uma vez permitindo um posicionamento mais precoce e eficiente dos pés para a aplicação da força. Para Maglischo (1999) os nadadores deste estilo podem flexionar seus tornozelos o suficiente para manter um ângulo de ataque orientado para trás e para fora durante a fase de pernada de varredura para fora, eles devem ser capazes de fazer o agarre da água mais cedo e de aplicar a força por maior tempo durante a subseqüente varredura para baixo. Sendo assim, segundo Alter apud Schlemm (2007), já que a aplicação de uma força depende da posição dos pés, faz-se necessário possuir tornozelos flexíveis para adquirir o sucesso no batimento de pernas.

    Massaud (2001, p.146) coloca ainda que,

    a pernada de peito requer uma boa flexibilidade tíbio-társica, já que para um bom posicionamento dos pés, no momento da flexão máxima das pernas e no decorrer da extensão, é necessário realizar dorsiflexão com eversão, para que os mesmos realizem um eficiente apoio na água com a planta dos pés.

Avaliação do desempenho dos nadadores de diferentes estilos na tarefa de pernada do nado crawl

    Analisando os resultados de acordo com o desempenho mostrado na figura 1, os nadadores do nado de peito (14,58 seg.) obtiveram os piores desempenhos no teste. Já os melhores desempenhos foram adquiridos pelos nadadores do nado de borboleta (12,29 seg.), seguidos pelos nadadores do nado crawl (12,71 seg.) e logo depois, com uma diferença de apenas 0,07, os nadadores de costas (12,78 seg.). Pode-se verificar que os nadadores de borboleta foram os que demonstraram maiores amplitudes articulares, já os nadadores de peito obtiveram os menores resultados em relação à flexão plantar.

Figura 1. Média do desempenho dos nadadores na tarefa sprint da pernada do nado crawl, de acordo com estilo de nado.

    Segundo um estudo realizado com nadadores, Hay apud Farinatti (2000, p.89), acrescenta que

    a flexibilidade dos tornozelos, em muitos aspectos, pode ser mais importante para a propulsão na natação que a própria força muscular. O autor justifica essa proposição pelo fato de que a potência da pernada seria muito mais definida pela técnica de execução e pela boa angulação de aplicação da força, do que pela potência muscular em si. A vantagem de uma boa técnica de execução de movimento de pernas, aliada a uma boa flexibilidade poderia equivaler a mais de 50% da propulsão obtida.

    Seguindo a mesma linha de raciocínio, Alter apud Schlemm (2007) explica que, no batimento de pernas para baixo a propulsão é produzida pelo topo do pé estendido, enquanto a flexão do quadril move a perna para baixo. Para isso, a planta do pé aplica uma força de impulso enquanto que a perna move-se de uma posição flexionada para uma posição estendida. Assim sendo, já que a aplicação de uma força retrógrada depende da posição dos pés, faz-se necessário possuir tornozelos flexíveis para adquirir sucesso no batimento de pernas.

Comparação do desempenho a tarefa com o nível de flexibilidade e tamanho dos pés

    Para verificar se a amplitude de flexibilidade e o tamanho dos pés influenciam no desempenho da tarefa de sprint em pernada do nado crawl, foram aplicados teste de ANOVA, post-hoc e correlação para identificar as diferenças entre as variáveis.

Tabela 01. Valores do teste Anova para as variáveis dependentes e independentes de toda a amostra.

    O valor de F, conforme mostra a tabela 1, na flexão plantar e no desempenho foi de 5,19 e 4,84, respectivamente, e, portanto, pode-se afirmar que as médias das variáveis flexão plantar e desempenho são diferentes entre os grupos de nado. Mas quando aplicado o teste post-hoc de Scheffé, para verificar a existência de diferenças entre as médias dos grupos de nado, os resultados não apontaram diferença significativa entre as comparações, ou seja, não há diferença entre os grupos de estilos de nados diferentes em relação ao desempenho na tarefa de sprint de pernada do nado crawl.

    Para verificar a associação entre as variáveis, o teste de correlação de Pearson não indicou diferenças significativas, indicando que não há relação entre as variáveis, considerando que todos os resultados foram próximos de zero. Os mesmos resultados foram encontrados quando aplicado o teste de regressão linear simples, para verificar a influência de uma variável sobre a outra, indicando que a amplitude de flexibilidade, tanto plantar quanto dorsal, não influenciou no desempenho do teste de pernada no nado crawl. Embora alguns autores acreditem que ocorra melhor performance com um grau de flexibilidade melhor, os resultados deste estudo não comprovam a influência da variável flexibilidade de tornozelo sobre o desempenho na tarefa.

    Uma possível explicação para esses resultados, provavelmente, seja devido a quantidade reduzida de sujeitos da amostra. Outra explicação possível, advém do estudo realizado por Mookerjee et al apud Demari (2000), envolvendo 12 nadadoras universitárias, utilizando um goniômetro para a medição da flexão plantar, obtendo uma média de 82 graus de flexão plantar. Não encontraram também relação significativa entre batimento de pernas e flexão plantar, mostrando que é provável que existam outros fatores, como por exemplo, a força muscular na eficiência da pernada.

    Maglischo (1999) sugere que uma boa flexão plantar é de 70 graus ou maior. Hull apud Demari (2000) divide em pernada ruim, moderada e ótima para, respectivamente, menor de 90 graus, 90 graus e maior que 90 graus de flexão plantar. O resultado do teste apresentou uma média de 72,60º de flexão plantar de tornozelo, o que está bom para os valores sugeridos por Maglischo (1999), mas está distante dos valores sugeridos por Hull. Para Demari (2000, p. 55), "a comparação entre estes relatos, no entanto, deve ser realizada com cautela, pois os autores citados não demonstraram estudos sobre o assunto".

    É provável que o reduzido número de estudos envolvendo batimento de pernas deve-se pela pequena contribuição à performance total de nado, uma vez que a contribuição, em média, é de aproximadamente apenas 10% (DEMARI, 2000). Porém, se analisar os tempos dos nadadores em uma final de 100m livre, por exemplo, constatar-se-á que muitas vezes os nadadores estão separados por menos de um segundo, ou seja, o equivalente a aproximadamente 2% do tempo total de prova.

    Relacionando os resultados obtidos, Cousilman apud Stager e Tanner (2008) investigou a eficiência da pernada de adejamento. Ele organizou um teste de reboque de nadadores e mediu a tensão da corda de reboque quando os nadadores realizavam a pernada e quando apenas eram rebocados em posição hidrodinâmica. O objetivo desta era observar se a tensão da corda de reboque durante a pernada era maior, menor ou a mesma que a apurada quando o nadador não estava fazendo o movimento de pernada. Foi constatado que a maior parte da pernada dos nadadores era ineficaz a velocidades entre 1,3 e 1,5m/s e até aumentou o arrasto para velocidades acima de 1,5m/s. Abaixo de 1,3m/s, a pernada aumentou a propulsão.

    Seria possível então concluir que a pernada é uma perda de tempo, e que a braçada é que realmente proporciona a propulsão. De fato, pode-se afirmar que a braçada no nado de crawl exerce a maior parte da propulsão, porém não podemos descartar a importância da pernada, pois os velocistas ao usarem a mesma, estarão impedindo que as pernas afundem mais na água, diminuindo assim o arrasto e possivelmente adquirindo tempos mais baixos (STAGER;TANNER, 2008).

Considerações finais

    A natação é um esporte de muitos detalhes técnicos. Quanto maior a habilidade do nadador em exercer corretamente os movimentos dos nados, maior será a sua chance de obter êxito no esporte. Apesar dos resultados não constatarem relação entre as variáveis, acredita-se mesmo assim, que a flexibilidade pode ter uma participação bastante significativa na natação, por dois motivos: segundo pesquisa bibliográfica, quanto maior a flexibilidade articular do tornozelo, melhor será a aplicação de força da pernada, tanto no movimento de pernada para cima, quanto para baixo, trazendo este fato a importância em se realizar corretamente a técnica da pernada. Esta técnica, portanto só poderá ser adquirida com uma amplitude articular considerável; os nadadores de borboleta obtiveram os melhores resultados em relação à flexão plantar e no desempenho da pernada, colocando que a flexibilidade pode trazer alguma relação com o desempenho, principalmente na fase da pernada em que se dá uma "chicotada" na água.

    Hoje está sendo aplicado nos treinamentos de natação com bastante afinco a pernada, na qual muitos técnicos já consideram a pernada submersa como o quinto estilo da natação. Esta importância que está sendo dada à pernada, torna necessários mais estudos, para então determinar a real eficiência da flexibilidade com a pernada.

    Analisando o nado de borboleta e de crawl, pode-se dizer que hoje o nado mais veloz na Natação é o crawl, porém a pernada de borboleta é muito usada no nado submerso tanto no estilo de crawl, como no de costas e até mesmo no nado de peito. Pode-se dizer que os nadadores de borboleta trazem consigo uma vantagem significativa, pois os mesmos dominam uma pernada que está sendo muito aplicada nos outros nados.

Referências

  • CAMPOS, M. M. V. et al. Influência do treinamento de flexibilidade na melhora da performance dos nadadores em provas curtas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v.14, n. 133, jun. 2009. http://www.efdeportes.com/efd133/treinamento-de-flexibilidade-dos-nadadores.htm

  • COLWIN, C. M. Nadando para o século XXI. São Paulo: Manole, 2000.

  • DEMARI, J. L. A influência da força e da flexibilidade no batimento de pernas e sua relação com a performance total de nadadores de 100 metros nado crawl. Porto Alegre, 2000. 78f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000.

  • FARINATTI, P.de T.V. Flexibilidade e esporte. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.14, n.1, p. 85-96, jan/jun.2000.

  • FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE NATAÇÃO AMADORA – FINA. Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Regras de natação 2005-2009. Rio de Janeiro: CBDA, 2005.

  • FRANKEN, M. et al. Relação entre cinemática e antropometria de nadadores recreacionais e universitários. Motriz, Rio Claro, v.14 n.3, p.329-336, jul./set. 2008.

  • MACHADO, D. C. Metodologia da Natação. São Paulo: EPU, 1978.

  • MAGLISCHO, E.W. Nadando Ainda Mais Rápido. São Paulo: Manole, 1999.

  • MAKARENKO, L. P. Natação: seleção de talentos e iniciação desportiva. Porto Alegre: Artmed, 2001.

  • MASSAUD, M. G. Natação 4 nados: aprendizado e aprimoramento. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

  • MATHEWS, D. K.; FOX, E. L. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1979.

  • PLANTANOV, V. N. Treinamento desportivo para nadadores de alto nível. São Paulo: Phorte, 2005.

  • PLATONOV, V. N.; FESSENKO, S. L. Sistema de Treinamento dos melhores Nadadores do Mundo. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

  • POWERS, S. K; HOWLEY, E.H. Fisiologia do Exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3ed. São Paulo: Manole, 2000.

  • SCHLEMM, F. A importância da flexibilidade na natação. União da Vitória, 2007, 88f. Monografia (Graduação em Fisioterapia) - Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde, Unidade de Ensino Superior Vale do Iguaçu – UNIGUAÇU, 2007.

  • STAGER, J. M.; TANNER, D. A. Natação: manual de medicina e ciência do esporte. 2 ed. Barueri: Manole, 2008.




Autores:

Marina Fructuozo* nina_fructuozo@hotmail.com

Simone Adriana Oelke** simone.oelke@terra.com.br
 
Gerson Raiter*** gerson.raiter@terra.com.br
 
Ronaldo Fructuozo**** nina_fructuozo@hotmail.com

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Treinamento de habilidades no nado de peito


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Meta
Introduzir habilidades de nado peito.
Aquecimentos
 
Alongamentos
 
Exercícios em Terra
Iniciantes recebem uma breve introdução sobre a técnica correta de batida de perna. Um vídeo ou demonstração pode ajudar nisto. Eles podem experimentar primeiro a batida de perna fora da água deitados em um banco ou na lateral da piscina.
Aquecimentos na Água
 
 

Exercícios em Terra Nado Peito

Exercício de Toque no Calcanhar
Alguns atletas podem ser capazes de agarrar ambos os pés simultaneamente. Outros podem ter que agarrar um pé de cada vez.
 
Pontos de Ensino
  1. O atleta deita sobre a barriga em um banco ou na lateral da piscina.
  2. Dobra os joelhos, levando calcanhares para os glúteos, com dedos virados para fora.
  3. O nadador vai para trás e agarra os calcanhares de cada lado.
 
 
Exercício de Rotação de Pés
Se o nadador tiver problema com este exercício, o técnico pode ajudar segurando seus pés e movendo-os no padrão desejado. Mais assistência também pode ser dada fornecendo resistência com a palma da mão na sola de seus pés para que o nadador sinta o caminho dos pés contra a resistência da água.
 
Pontos de Ensino
  1. O nadador deita em um banco ou na lateral da piscina.
  2. Leva os calcanhares para os glúteos, com dedos virados para fora.
  3. Uma vez que os joelhos estão totalmente flexionados, gira os pés na posição treinada acima; bate pernas em volta e para trás para se unir e estender completamente com dedos apontados.
 
 
Exercício da Parede
 
Pontos de Ensino
  1. O nadador fica em pé com um lado para a parede, usando a perna mais perto da parede.
  2. Dobra o joelho e levanta o calcanhar até os glúteos.
  3. Vira os pés para fora e passa os dedos para trás e descendo a parede.
  4. Termina com os pés juntos.
  5. Treinar diversas vezes de cada lado.
 

Exercício na Água Nado Peito

Exercício na Água Nado Peito
Sentado na borda da piscina, pés e pernas do nadador na água, bater pernas com os pés voltados para fora e calcanhares na parede.
 
Pontos de Ensino
  1. Mantendo os joelhos juntos, faça o nadador mover os pés para fora com calcanhares ainda na parede com os dedos apontados para cima.
  2. No comando, o nadador bate pernas — chicotadas para fora para posição para frente.
  3. As pernas estão juntas e os dedos permanecem apontados para cima.
  4. O nadador leva os calcanhares de volta para a parede.
  5. Repetir exercício.
 
Exercício de Pernada Nado Peito

Baixar
(formato MPEG)

Pernada Nado Peito_PSD (Dartfish)
 
Uma vez com estas habilidades, os nadadores podem empurrar o fundo e bater pernas ao longo da parede usando seus dedos na parede para cada pernada. Ambas as pernas estão batendo juntas, uma do lado da parede. Enfatize ficar ao lado da parede e certificando-se de que eles estão usando a parede a cada pernada. Dê várias pernadas e depois vire-se com a outra perna contra a parede.
  1. Nadadores ficam na piscina segurando um kickboard na frente com as mãos sobre a frente — com um lado para a parede.
  2. Usando a perna mais perto da parede, dobram o joelho e levantam o calcanhar até os glúteos.
  3. Viram os dedos para fora e passam os dedos para trás e descendo a parede.
  4. Terminam com seus pés juntos no fundo da piscina.
 

Baixar
(formato MPEG)

Pernada Nado Peito Ao Longo da Parede (Dartfish)
 
 
Dicas de treinamento
  • Também é importante enfatizar o tempo da pernada nesta fase. Assegure que os nadadores "batem pernas e deslizam" durante cada pernada.
  • Consulte ao ensino de exercícios em nado peito para outras opções de exercício.
  • Pratique na água em posição supino (de costas), prancha sobre os joelhos, trazendo os calcanhares de volta para os glúteos.
  • Pratique em posição supino sem prancha com as mãos nas laterais ou em posição alongada.
  • Pratique em posição frontal com prancha.
 

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Fabíola Molina, nadadora brasileira


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http://sportv.globo.com/platb/files/980/2009/10/fabiola-molina-436.jpg

Fabíola Molina (São José dos Campos, 22 de maio de 1975), é uma atleta brasileira de natação.

Carreira

Formada em Artes Cênicas pela Universidade do Tennessee nos Estados Unidos, é uma das principais nadadoras do Brasil. É casada com o também nadador Diogo Yabe.

Desde o início de sua carreira o nado de costas foi sua especialidade. Estreou na seleção brasileira de natação em 1990 e logo em seguida dos Jogos Pan-americanos de Havana em 1991. Participou das Olimpíadas de Sidney 2000 e Pequim 2008.

Até 2008 é a detentora dos recordes sul-americanos de 50 e 100 metros nado de costas e 100 metros nado borboleta em piscina de 25 metros. E também possui os recordes sul-americanos de 50 e 100 metros nado de costas em piscina de 50 metros.

No Mundial de Roma 2009, Fabíola obteve vaga para a final dos 50m costas e terminou na oitava colocação.

No Campeonato Pan-Pacífico de Natação de Irvine 2010, Fabíola obteve o bronze nos 50 metros costas, em um resultado raro na natação, onde 3 atletas empataram com o mesmo tempo de 28s44.

Fabiola conquistou o indice para participar das Olimpiadas de Londres 2012!

Doping

Quando se preparava para disputar o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2011, foi suspensa preventivamente por dois meses pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos motivada pela detecção da substância dimetilamilamina em exame anti-dopagem em abril de 2011] Ela declarou que descuidou-se ao ingerir um sachê de suplemento alimentar e que não houve intenção de aumentar sua performance.

Conquistas

Uma medalha de prata e 03 medalhas de Bronze em Jogos Panamericanos.
06 títulos em Campeonatos Sulamericanos.
55 títulos em Campeonatos Brasileiros.

Marcas Importantes

Recordes atingidos pela nadadora.

Piscina Olímpica (50 metros)

Recordista Sul-Americana dos 50m costas: 27s70, tempo obtido em 29 de julho de 2009
Recordista Sul-Americana dos 100m costas: 1m00s08, tempo obtido em 1 de agosto de 2009
Recordista Sul-americana do revezamento 4x100m medley: 3m58s49, obtidos em 1 de agosto de 2009, com Carolina Mussi, Gabriella Silva e Tatiana Lemos

Piscina Semi-Olímpica (25 metros)

Recordista Sul-Americana dos 50m costas: 26s61, tempo obtido em 6 de novembro de 2009
Recordista Sul-Americana dos 100m costas: 57s63, tempo obtido em 15 de novembro de 2009
Recordista Sul-Americana dos 100m medley: 1m00s66, tempo obtido em 17 de outubro de 2009

http://www.tvcanal13.com/images/fabiola-molina-11650.jpg

http://sportv.globo.com/platb/files/980/2011/06/FABIOLA-MOLINA.jpg





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domingo, 29 de abril de 2012

Após doping, Fabíola Molina garante vaga nas Olimpíadas


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O último dia de disputas do Troféu Maria Lenk será inesquecível para Fabíola Molina. A atleta, que perdeu os índices conquistados para Londres-2012 após ser pega no doping no ano passado, cravou 1min00s74 nos 100m costas e carimbou o passaporte para as Olimpíadas, além de ter faturado o ouro, neste sábado, no Rio de Janeiro.

Ela, que havia feito 1min01s00 nas eliminatórias, nadou pouco menos de um décimo abaixo da marca estipulada pela CBDA.

— Foi muita emoção, essa minha preparação para a prova foi especial. Conseguir o índice já é bem emocionante, ainda mais depois de tudo que aconteceu — disse a nadadora, que chorou após a conquista.

A medalha de prata ficou com a francesa Laure Manaudou, com 1min01s02, enquanto o bronze foi para Carolina Henao, com 1min02s34.

Antes, Joanna Maranhão venceu com facilidade nos 200m borboleta feminino. Ela chegou com quase oito segundos de vantagem para a segunda colocada, Yana Medeiros, que cravou 2min17s09. Larissa Cieslak completou o pódio com 2min18s08.



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Feliz na natação, Patrícia Amorim diz: ‘Uma hora o trabalho vai dar resultado’


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Nas arquibancadas do Parque Aquático Maria Lenk, no meio dos nadadores, Patrícia Amorim relembrava os tempos de atleta. Mas a situação agora é bem diferente. Ali estava a presidente do Flamengo, que tem sofrido pressão no futebol e, nos esportes olímpicos, tem tentado pelo menos tirar parte do peso das costas. Neste sábado, a dirigente ajudou a empurrar Cesar Cielo na final do revezamento 4x100m medley e vibrou com o fim de um jejum de 10 anos nas piscinas.

- A resposta é trabalhar. Estou contente de ter ido para os playoffs do basquete, desde que eu assumi não perdemos uma regata, são 14. E, no futebol, às vezes o resultado vem e, em outras, não vem. E a crítica vem de quem não acredita no trabalho. E uma hora meu trabalho vai dar resultado.

patricia amorim flamengo campeão troféu maria lenk (Foto: Satiro Sodré / Agif)

Patrícia, que também foi remadora, festejou com os nadadores o título do Troféu Maria Lenk e agradeceu aos destaques de sua equipe. Na comemoração, ela foi jogada na piscina do parque aquático e nadou 50m.

- Estou de alma lavada. É maravilhoso. Queria agradecer três atletas em especial: Cesar Cielo, Nicholas dos Santos e Henrique Barbosa foram os primeiros que vieram. Atletas consagrados e acreditaram na palavra. Na natação foram esses três que abriram as portas para o Flamengo retomar a hegemonia nacional.

Com um elenco cheio de destaques da seleção, como Cielo, Leonardo de Deus, Joanna Maranhão e Tales Cerdeira, a equipe rubro-negra garantiu o título com 2.152,50 pontos. O Pinheiros, que dominou a natação brasileira de 2003 a 2010, chegou a sentir o gostinho de uma nova vitória, mas terminou em segundo, com 2.070 pontos. Com a ajuda de Thiago Pereira, o Corinthians foi o terceiro colocado (1.930,50).


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Maria Lenk garante mais três em Londres, e Flamengo põe fim a jejum


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A três meses dos Jogos de Londres, o Troféu Maria Lenk 2012 foi marcado por intensas buscas pelas últimas vagas e por testes para a competição da Inglaterra. Tales Cerdeira, Daniel Orzechowski e Fabiola Molina foram os principais destaques do campeonato, que terminou neste sábado, no Rio de Janeiro, além de Cesar Cielo e Thiago Pereira. Os três conquistaram a classificação olímpica e se juntaram a outros 13 nadadores, que confirmaram presença na Inglaterra durante a semana. O Brasil ainda tem o revezamento 4x100m livre garantido. Na disputa entre clubes, o Flamengo pôs fim a um jejum de 10 anos e levou o título nacional.

Para Tales, Daniel e Fabiola, o Maria Lenk este ano teve um sabor especial. Os dois ainda não estavam na lista de atletas com índice para os Jogos Olímpicos e precisavam correr contra o tempo para carimbar o passaporte. Nos 200m peito, mesmo enfrentando uma lesão na virilha que surgiu durante a competição, Tales arrancou a segunda vaga disponível, ao lado de Henrique Barbosa. Daniel apostou todas as fichas nos 100m costas e também atingiu a marca exigida. Na versão feminina desta prova, Fabiola voltou a nadar abaixo do tempo estipulado. A atleta de 36 anos já havia conseguido a façanha no ano passado, mas seu resultado foi anulado após uma suspensão por doping.

Natação Maria Lenk Tales Cerdeira 200m peito (Foto: Satiro Sodré/AGIF)
Tales Cerdeira carimba o passaporte para Londres, nos 200m peito (Foto: Satiro Sodré/AGIF)

A penúltima seletiva olímpica ainda ganhou um quarto novo nome. Na verdade, foi uma troca de posição na prova mais disputada da natação brasileira, os 100m peito. Felipe Lima recuperou a segunda vaga e vai a Londres ao lado de Henrique Barbosa. João Júnior, que começou a competição como classificado, acabou saindo da lista.

Já aliviados da obrigação de fazer o índice, outros destaques da seleção aproveitaram a competição como treinamento de luxo para Londres. Cesar Cielo fez os melhores tempos da carreira sem os trajes tecnológicos nos 50m borboleta e nos 50m livre, mas não gostou muito de seu desempenho nos 100m livre. Além dele, outros nomes como Thiago Pereira, Felipe França, Bruno Fratus, Henrique Rodrigues e Leonardo de Deus atingiram suas melhores marcas durante esta semana.

- Os atletas que estavam na ponta conseguiram atingir seus objetivos aqui em preparação aos Jogos Olímpicos; as provas que eram uma dança das cadeiras aumentaram o nível técnico delas - a pressão fez elas evoluírem; e a geração 2016 se aproximou. Henrique Rodrigues fez o melhor tempo da vida nos 200m medley, Leonardo de Deus está voando baixo, e a (Hermann) mais uma vez confirmou o índice aqui – destacou Ricardo de Moura, supervisor técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos Aquáticos (CBDA).

Até agora, a delegação brasileira em Londres 2012 é formada pelos seguintes atletas: Cesar Cielo, Bruno Fratus, Felipe França, Felipe Lima, Henrique Barbosa, Tales Cerdeira, Kaio Márcio, Daniel Orzechowski, Thiago Pereira, Leonardo de Deus, Henrique Rodrigues, Nicolas Oliveira, Daynara de Paula, Graciele Hermann, Joanna Maranhão e Fabiola Molina. Além deles, o Brasil tem vaga no revezamento 4x100m livre.

Cesar Cielo Troféu Maria Lenk 2012 Natação (Foto: Satiro Sodré/Agif)
Cesar Cielo vibra com o tempo alcançado ao vencer a final dos 50m livre (Foto: Satiro Sodré/Agif)

A lista, no entanto, ainda tem chance de aumentar. Na nona e última seletiva brasileira para as Olimpíadas, a Tentativa Olímpica, as provas que ainda não têm as duas vagas disponíveis ocupadas serão realizadas para quem ainda quiser tentar. A disputa acontece de 9 a 12 de maio, também no Rio de Janeiro.

- A gente não vai abrir mão de uma nova tentativa porque, se vira o tempo, por exemplo, você está prejudicando um resultado. Se uma estratégia foi mal conduzida nessa etapa, você tem que ter uma nova chance em benefício do próprio Brasil. Se a prova está fechada, ótimo. Se não está, vamos dar chance disso acontecer – explicou Ricardo de Moura.

Paralelamente à corrida olímpica, uma outra disputa acirrada marcou o Maria Lenk 2012. Flamengo, Pinheiros e Corinthians lutaram por cada ponto em busca do título nacional. Desta vez, porém, quem levou a melhor foi a equipe rubro-negra, liderada por Cesar Cielo, com 2.152,50 pontos. Esta é a primeira vez, desde 2002, que o clube carioca sobe ao lugar mais alto do pódio. A equipe paulista, que dominou a natação brasileira de 2003 a 2010, terminou em segundo, com 2.070 pontos. Com a ajuda de Thiago Pereira, o Timão ficou em terceiro lugar (1.930,50). Campeão do ano passado, Minas foi o quarto colocado (1.812).
 


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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cielo inicia guerra fria contra australiano falastrão e tem em francês "sparring de luxo" no Rio


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Cesar Cielo incia hoje disputa dos 50 m livre no Troféu Maria Lenk

O brasileiro Cesar Cielo cai nas águas do Parque Aquático Maria Lenk, nesta quarta-feira, em torneio que leva o mesmo nome do local, para dar início à sua "guerra fria" contra o nadador australiano James Magnussen em prévia de duelo nos Jogos Olímpicos de Londres.

Magnussen tem os melhores tempos do ano nos 50 m e 100 m livre, com 21s74 na primeira e 47s10 na segunda. Cielo nada hoje pela manhã as eliminatórias dos 50 m, que terá sua final no período da noite.


O brasileiro é campeão olímpico e mundial nos 50 m e detém o atual recorde mundial nos 100 m, prova na qual Magnussen foi campeão mundial no ano passado. O australiano já teve a chance de fazer suas melhores marcas na seletiva local, e agora o brasileiro promete empenho total para cravar suas melhores marcas.

"Vou tentar confirmar o meu status de favorito nesta competição. Diria que estou com 99% da melhor forma. A diferença para Londres é que devo descansar um pouquinho mais e vou estar raspado. Além de representar bem o Flamengo, a ideia é fazer, com os 99%, o melhor tempo da vida, para sentir que, com os 100%, quando chegar a hora, vai ser melhor ainda", falou.

O australiano tem um estilo mais falastrão e no momento em que obteve as melhores marcas chegou a dar declarações em tom sem modéstia. Afirmou que faria de tudo para quebrar o recorde do brasileiro e ser o homem mais rápido da história.

"Eu nado para mim mesmo. Agora ele [Magnussen] é jovem e fala bastante. Se gosta de falar e isso é bom, deixa isso pra ele", falou Cielo.

Para tentar se aproximar da marca de Magnussen nos 50 m, Cielo terá um "sparring de luxo" no Maria Lenk, o francês Fredérick Bousquet, que já foi o recordista mundial desta prova e chegou até a treinar com o brasileiro nos Estados Unidos.

O francês foi dono do recorde mundial nos 50 m até 2009, com 20s94. Mas, no Open, realizado em dezembro daquele ano em São Paulo, Cielo baixou a marca para 20s91, a melhor até hoje.

Em fevereiro deste ano, o brasileiro já bateu o rival no Grand Prêmio de Missouri, nos Estados Unidos. Cielo cravou a marca de 22s13 na final, contra 22s26 do francês. Jason Lezak (EUA) ficou em terceiro, com 22s75.

Cielo chegou a classificar o francês como seu grande rival no ouro olímpico nos 50 m em Londres, mas ele sequer se classificou para a competição na seletiva de seu país e compete no Maria Lenk pelo Pinheiros. Cielo representa o Flamengo.


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terça-feira, 24 de abril de 2012

Felipe França promete quebrar recorde mundial no Troféu Maria Lenk


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Felipe França acredita que está em sua melhor forma física. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Felipe França acredita que está em sua melhor forma física

Campeão e recordista sul-americano nos 100 m estilo peito, o brasileiro Felipe França promete surpreender o público no Troféu Maria Lenk e quebrar o recorde mundial da modalidade. Após focar nos treinamentos da prova o atleta já se vê na melhor forma física possível e esnoba os favoritos dos Jogos Olímpicos de Londres.

Felipe França já foi o detentor do recorde mundial dos 50 m peito, distância que não faz parte do quadro olímpico, e agora afirma que está pronto para recuperar a melhor marca nesta prova e nos 100 m.

"Vou usar essa grande oportunidade que é o Maria Lenk, pois vou estar descansado, na melhor forma física e mental até agora, para que eu possa bater esse recorde mundial tanto nos 50 m, quanto nos 100 m", prometeu o nadador, em evento publicitário de um de seus patrocinadores, na última sexta-feira. "Graças a Deus, estou com uma performance nos 100 m que posso dizer que vou bater o recorde mundial. E pode ser no Maria Lenk."

Fazendo um trabalho especifico para perder gordura, o atleta explicou que está pronto para competir com os melhores do mundo, pois não se sente tão bem desde a disputa do Mundial de Roma 2009, quando conquistou a prata nos 50 m. Na edição seguinte, em Xangai 2011, França ficou com o ouro na mesma prova.

"Estou bem fisicamente. Nunca estive tão forte e mago como agora. A única vez que estive assim foi em Roma, e eu acho que estou melhor que antes", comentou.

Aproveitando-se da boa forma, o brasileiro disse que é o favorito para a medalha de ouro nos Jogos de Londres. França ainda não assegurou a vaga, mas não deve ter dificuldades para isso, pois só não vai à Olimpíada se algum brasileiro superar seu melhor tempo.

"Meu maior adversário é minha mente. Eu já vi, já participei com esses caras que foram campeões olímpicos, mundiais, e eu já ganhei deles não tendo forma física nenhuma de atleta, principalmente de nadador. Eu pesava 25 kg a mais do que eles e vi que eu posso chegar até onde eles chegaram. Posso ir muito além daquilo que eles fizeram ou daquilo que eu já fiz", finalizou.


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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cesar Cielo e Thiago Pereira lançam novos trajes que vão usar em Londres


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Cesar Cielo e Thiago Pereira lançaram na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, os trajes que vão usar nos Jogos Olímpicos de Londres deste ano. Os modelos apresentados são os primeiros feitos com fibras de carbono. Segundo a empresa fabricante, a roupa possibilita o ajuste do traje com liberdade de movimentos, além de ter tiras elásticas na parte interior das pernas e nos glúteos, que geram energia extra nas viradas e diminuem a ação do arrasto durante as provas.

Cielo participou diretamente do desenvolvimento do novo modelo, que promete ser mais resistente e durável. Os nadadores vão testar os trajes, fabricados pela Arena e chamados de Powerskin Carbon Pro, no Troféu Maria Lenk, que terá início nesta terça-feira.

- Começamos em novembro o desenvolvimento, quando passei sete dias em Milão. Lá foi o primeiro protótipo, e a gente já fez bastante alteração desde então. Agora, será a primeira vez que vou testar em competição o produto final - disse Cielo, durante coletiva de imprensa nesta segunda.

Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, os maiôs tiveram grande importância no desempenho dos nadadores. Os modelos usados na época, chamodos de "tecnológicos", tinham menos resistência ao impacto da água, o que resultou em uma série de quebras de recordes mundiais. Em 2010, no entanto, foram proibidos pela Federação Internacional de Natação (Fina).

- Desde que voltamos às bermudas, a diferença que nós sentimos maior é na compressão. Agora, nós nos sentimos um pouco mais confortáveis na piscina. Desde 2010 para cá, os trajes estão evoluíndo, e esse é o melhor que eu já experimentei. Vamos ver se eu consigo daqui a dois dias o melhor tempo com o melhor maiô - afirmou Cielo.

 


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sábado, 21 de abril de 2012

Fabíola Molina volta às piscinas na briga por Londres-2012


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Fabiola Molina natação Guadalajara aclimatação Pan 5.10.2011 (Foto: Divulgação / COB)

Foram quatro meses longe das competições. Mas não parada. Depois de cumprir a suspensão estipulada pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) por caso de doping, Fabíola Molina volta às piscinas direto para o Troféu Maria Lenk, de terça a sábado, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Na competição, terá a importante missão de buscar a classificação para os Jogos Olímpicos de Londres, deixando para trás de vez o triste episódio do ano passado. As finas serão transmitidas ao vivo pelo SporTV, a partir das 19h.

Ano novo, vida nova. A experiente nadadora de 36 anos passou os últimos meses arrumando sua nova casa, nos EUA, onde está morando e treinando com o marido Diogo Yabe. Equilibrando as funções de empresária, atleta e dona de casa, Fabíola se vê pronta para o desafio de chegar aos Jogos Olímpicos pela terceira vez.

- O Maria Lenk é a competição onde todos estarão se preparando, é uma competição excelente, e a que eu estou focando. Treinei muito, fiz uma parte física diferenciada, sempre com disciplina, determinação e vontade de melhorar cada vez mais. Estou confiante e preparada – disse a nadadora, que vai em busca da vaga nos 100m costas.

O retorno em uma competição tão importante como o Maria Lenk, penúltima seletiva olímpica, foi um incientivo a mais para Fabíola não perder o ritmo nesses últimos quatro meses. Embora também tenha se dedicado à sua carreira de empresária de uma marca de roupas de banho, a natação continuou sendo sua prioridade.

- Meu foco ainda é 100% a natação, e continuei fazendo meu trabalho junto à grife como sempre. Lançamos o nosso catálogo com a coleção nova com antecedência esse ano. Cada coleção é sempre bastante trabalho, mas nada que interfira nos treinos.

Na próxima semana, as energias estarão concentradas na tentativa de entrar na equipe feminina que vai a Londres. Joanna Maranhão, Graciele Hermann e Daynara de Paula já estão classificadas. Fabíola, que esteve em Sydney-2000 e Pequim-2008, acredita que o grupo ainda pode ganhar novos nomes.

- Estou torcendo para que essa lista aumente bastante ainda. Tomara que os revezamentos se classifiquem e, em provas individuais, muitas meninas ainda têm chance. Além dos 100m costas, principalmente os 50m livre, 100m livre, 200m livre, 400m livre e 100m borboleta. Vejo a equipe passando por uma transição, com a Joanna, que já foi finalista em 2004, a Daynara, que já foi a Pequim, e a Graciele, que está despontando agora. Então temos um pouco de cada geração.

Em maio do ano passado, Fabíola foi julgada pela Confederação Brasileira de Deportos Aquáticos (CBDA) após testar positivo para a substância methylhexaneamine, na Tentativa para o Mundial, em abril. A entidade brasileira optou em suspender a nadadora por dois meses. A Federação Internacional de Natação, no entanto, recorreu da decisão ao Tribunal Arbitral do Esporte. Após uma audiência realizada em dezembro, o tribunal impôs a punição de seis meses.

A contagem começou no dia 20 de dezembro. O TAS, porém, considerou os dois meses de suspensão já cumpridos após decisão da CBDA, em 2011. Com isso, o período terminou na última sexta-feira.


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Xuxa prevê recorde de medalhas da natação brasileira em Londres


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A natação é uma das principais esperanças de medalhas do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres, e a boa fase dos atletas nacionais já faz veteranos sonharem com recordes na capital inglesa. Bronze nos 50 m livre em Atlanta 1996 e com o revezamento 4x100 m livre em Sydney 2000, o ex-nadador Fernando Scherer, o Xuxa, acredita que o país conquistará cinco medalhas no evento.

O melhor desempenho da natação nacional foi justamente na Olimpíada de Atlanta, em 1996, quando conquistou três medalhas. Xuxa ficou com o bronze nos 50 m livre e Gustavo Borges foi prata nos 200 m e 100 m livre.

"Acho que o Brasil tem uma condição de bater nosso recorde de medalhas. São três medalhas em 1996 e acho que o Brasil pode fazer cinco medalhas olímpicas, ou até mais", afirmou o ex-nadador, que atualmente trabalha como comentarista em uma emissora de televisão.

Xuxa aposta em duas medalhas de Cesar Cielo, nos 50 m e 100 m livre, uma de Felipe França, nos 100 m peito, uma de Thiago Pereira nos 200 m medley e uma de Bruno Fratus, dividindo o pódio com o compatriota recordista mundial nos 50 m. Campeão olímpico em Pequim 2008, Cielo venceu os 50 m livre também no último Campeonato Mundial, em Xangai, em 2011, prova que teve Fratus como quinto colocado.

Nos 100 m livre, ele ficou fora do pódio, mas foi medalha de bronze na Olimpíada da China. Em compensação faturou os 50 m borboleta. Já Felipe França conquistou os 50 m peito, prova que não consta no programa olímpico, e precisa provar seu potencial nos 100 m. Thiago Pereira disputou a final dos 200 m medley nos últimos dois Jogos e é dono do sétimo melhor tempo da temporada.

A expectativa do ex-nadador é que o Brasil chegue a pelo menos mais três finais de prova em Londres 2012, com maior possibilidade dos revezamentos 4x100 m livre e 4x100 m medley atingirem este objetivo.

"Tem também os 400 m medley com o Thiago Pereira, a Joanna Maranhão nos 400 m medley, quem sabe nos 200 m borboleta. Uma prova aberta a todos é os 50 m livre e quem sabe a Graciela Herman pode entrar em uma final", avaliou Scherer.


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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Natação reduz a pressão arterial em indivíduos pré-hipertensos


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Natação reduz a pressão arterial em indivíduos pré-hipertensos

A prática regular de atividades físicas é uma medida de hábito de vida preconizada para evitar o apareciento da hipertensão arterial (pressão alta).A crescente procura da natação como uma forma de prevenção não-medicamentosa para a hipertensão arterial tem aumentado nos últimos anos.

O pesquisador Leandro Monteiro Zein Esteves (Universidade Católica de Brasília – Taguatinga, Brasília, Distrito Federal) e seus colaboradorews analisaram as respostas da pressão arterial (PA) após o exercício de natação e durante a rotina diária de trabalho de indivíduos pré-hipertensos.Os pesquisadores concluíram que a natação em intensidade moderada a alta foi eficaz para promover redução da PA pós-exercício em indivíduos pré-hipertensos durante a sua rotina de trabalho.

Oito indivíduos pré-hipertensos foram submetidos a duas sessões, sendo uma de natação (SN) e a outra de controle (SC). A PA foi medida no repouso pré-exercício e durante 12 horas de recuperação pós-exercício.Na SN, os pacientes nadaram por 45 minutos em uma intensidade moderada a alta, e, durante a SC, os sujeitos permaneceram em repouso na posição sentada pelo mesmo período de tempo.

Os resultados da pesquisa evidenciaram uma diminuição significativa  na pressão arterial sistólica (PAS) por duas horas após a SN em relação ao repouso, e uma diferença significativa entre a variação da PAS na recuperação pós-exercício em relação ao repouso pré-exercício.Este achado foi observada entre as sessões na primeira e segunda horas após a recuperação, respectivamente.

Fonte: Revista Brasileira de Medicina do Esporte.


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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Bruno Fratus faz 4º melhor tempo de 2012 nos 50m livre


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O nadador brasileiro Bruno Fratus fez o quarto tempo do mundo no ano, 21s87, neste fim de semana, no Swim Cup Eindhoven, realizado na Holanda. O velocista venceu o 50 livre e agora se prepara para participar do troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

Com este tempo, ele está atrás apenas de James Magnussen (21s74), César Cielo (21s85) e Florent Manaudou (21s86). O atleta ainda tem de buscar o índice olímpico na prova dos 50m no Maria Lenk, última seletiva brasileira para as Olimpíadas.

Ainda na Holanda, Guilherme Guido foi prata no 50 costas, com 24s94, em prova não olímpica. João Luis Gomez Jr venceu o 50 peito e foi segundo, nos 100m peito, com 1m01s62. Na mesma prova, Raphael Rodrigues foi bronze com 1m02s23. No 100m borboleta, Gabriel Mangabeira (52s97) e Henrique Martins (53s74) ficaram na segunda e terceira colocação.

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Técnico de Cielo diz que australiano de 21 anos é 'o cara a ser batido nos 100m livre'


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O tempo de 47s10 nos 100m livre, alcançado na seletiva australiana dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 no mês passado, foi o suficiente para James Magnussen ganhar mais respeito e atrair atenções da natação mundial. A façanha só não foi tão surpresa para quem viu o jovem atleta arrancar o ouro nesta mesma prova no Mundial de Xangai, em 2011. Para o técnico de Cesar Cielo, Alberto Silva, o nadador de 21 anos é o homem a ser batido nos 100m. O foco dos treinamentos até julho será trabalhar para que o brasileiro "esteja dentro da prova até a última braçada".

- O australiano está com o primeiro tempo, que é bem abaixo do que todo mundo vinha fazendo, como o próprio Cesar. Então, é o cara a ser buscado. E o único cara que fez um tempo abaixo do Cesar sem os trajes nos 50m foi o Bousquet, que está fora. Ninguém que está na prova tem tempo menor que o dele. Então, ele é o cara a ser batido nos 50m, e o Magnussem, nos 100m. A gente está trabalhando para que ele esteja dentro da prova (dos 100m) até a última braçada. Se for o suficiente para ganhar, vamos comemorar muito.

james Magnussen no campeonato australiano de natação (Foto: Agência Getty Images)James Magnussen tem os melhores tempos do ano nos 50m e nos 100m livre (Foto: Agência Getty Images)

A melhor marca do brasileiro Cesar Cielo nos 100m livre nesta temporada é de 48s70, do Campeonato Sul-Americano, realizado no mês passado, em Belém. Pela fase de treinamento que o brasileiro se encontra agora, no entanto, o técnico acredita que ele não terá problemas em nadar abaixo da casa dos 48s já no Troféu Maria Lenk, na próxima semana. A ideia é que na competição brasileira o recordista mundial teste a estratégia que será usada em Londres para "segurar" Magnussen nos 50 metros finais.

- O Cesar tem mais recursos que o australiano. O australiano nunca vai ter a velocidade dele. Os fundamentos do Cesar são melhores, mas o australiano tem uma volta que todo mundo ficou assustado – explicou Albertinho.

Cielo nas eliminatórias do Campeonato Sul-americano de natação (Foto: agif)

O ótimo tempo do nadador de 21 anos na seletiva australiana, em março, não chegou a ser uma grande surpresa para o treinador. O cartão de visitas já havia sido entregue no Mundial de Xangai, no ano passado. Além do incrível desempenho na vitória do revezamento 4x100m livre, ainda levou o ouro na final dos 100m livre. Cesar Cielo terminou em quarto lugar.

- A surpresa foi em Xangai. Lá, ninguém estava esperando nada dele, e ele abriu o revezamento para 47s4. Todo mundo se perguntou de onde surgiu esse cara nadando desse jeito. E, depois, foi campeão mundial nos 100m. Acho que ali que foi a surpresa. Então, a gente já sabia que esse seria o adversário do Cesar. O que surpreendeu muito mais foi o fato do Bousquet e do Alain Bernard ficarem fora das provas. O normal, para nós, era que os caras estivessem.

Rivais constantes de Cielo nos útlimos anos, Fred Bousquet e Alain Bernard não foram bem na seletiva francesa. Bousquet não conseguiu se classificar para Londres, enquanto Bernard conseguiu vaga apenas no revezamento 4x100m livre.

Ainda que Magnussen também seja o dono da melhor marca do mundo este ano nos 50m livre (21s74), Albertinho deixa claro que Cielo, atual campeão olímpico e bicampeão mundial, ainda está em vantagem nesta prova para Londres.

- O australiano é o número 1 dos 100m livre e também está com o primeiro do mundo nos 50m. Mas a gente, que está acostumado com isso, sabe que o Cesar está com um pouco de folga nessa prova, mesmo não tendo o melhor tempo do mundo - explicou.


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Morre o australiano Murray Rose, dono de quatro ouros olímpicos


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Nadador Murray Rose (Foto: AFP)

Aos 73 anos, ex-nadador australiano Murray Rose morreu neste domingo, em Sydney, vítima de leucemia, informou a federação de natação de seu país. Considerado um dos grandes nomes da natação mundial, ele faturou quatro ouros olímpicos, nos 400m (duas vezes), nos 1500m e no revezamento 4x200m livre.

Rose nasceu na Escócia, em 1939, mas logo se mudou com a família para a Austrália, onde começou a nadar aos 5 anos. Ainda adolescente, aos 17 anos, conquistou três (400m, 1500m e 4x200m livre) de seus quatro ouros olímpicos, em Melbourne-1956. Quatro anos depois, em Roma, foi bicampeão nos 400m. Ainda na Itália, foi prata nos 1.500m, e bronze no 4x200m livre.


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Por medalha olímpica, Thiago Pereira diz: prefiro me focar nos treinos


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Aos 26 anos, Thiago Pereira já é um dos nadadores mais vitoriosos da história do Brasil. No entanto, o dono de 12 medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos nunca subiu no pódio em uma Olimpíada. Em fase final de preparação para os Jogos Olímpicos de Londres, o atleta afirmou que prefere não pensar que faltam poucos meses para o evento em território inglês, pois ficaria ansioso.

"Prefiro me focar nos treinamentos. Assim, vamos seguindo firme e forte para chegar lá 100% e conquistar minha primeira medalha olímpica", afirmou Pereira em entrevista ao site oficial do Corinthians, clube que defende.

Após competir nas Olimpíadas de Atenas e Pequim, em 2004 e 2008, respectivamente, o nadador obteve índice para as provas dos 200m medley, 400m medley, 200m peito e 200m costas em Londres, sendo as provas de medley sua grande esperança de conquistar uma medalha.

"Tenho índice olímpico para quatro provas (200m medley, 400m medley, 200m peito e 200m costas) e é muito provável que eu nade o revezamento 4x100 medley, no nado costas. Contudo, minha especialidade e foco são nas provas de medley (200m principalmente e 400m)", disse.

Além disso, Pereira ressaltou que seus principais rivais em Londres serão os norte-americanos Ryan Lochte e Michael Phelps, e o sul-africano Darian Townsend. Por último, o brasileiro comentou sobre sua preparação com o Projeto Rumo ao Ouro 2016 (P.R.O).

"Depois do Sul-Americano em março, entramos em um bloco específico, bem intenso, no qual os treinos foram de segunda a sábado, seis horas diárias, intercalando musculação e sessões na água", explicou. "Agora, estamos na fase de polimento, onde a preparação e o ritmo são bem menores. Descansamos mais para que o corpo esteja bem quando a competição chegar. Temos treino dobrado apenas duas vezes por semana e fazemos um trabalho mais leve na água", finalizou.

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Phelps vai à quarta Olimpíada 'oxigenado' para se aposentar com mais recordes


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A cidade de Londres deve ser palco da despedida de uma das maiores lendas da história do esporte. Papa-ouros em Olimpíadas, o nadador Michael Phelps já deixou claro que pretende deixar as piscinas após os Jogos na capital inglesa. O norte-americano já disse em várias ocasiões que se considera velho, mas terá apenas 27 anos após a disputa.

Na preparação para Londres, Phelps está dormindo há mais de um ano em uma câmara hiperbárica, uma cama que dá a sensação de estar a 2.440 metros de altitude. Isso ajuda para que o nadador consiga absorver mais eficientemente o oxigênio, que é mais rarefeito. "É muito importante para mim, agora que estou ficando velho, pois não me recupero tão rápido quanto antigamente", afirma Phelps.

Como parâmetro, a altitude da câmara hiperbárica é maior do que a da Cidade do México (2.235 metros), onde clubes brasileiros de futebol sempre sofrem para jogar. A cidade de La Paz, na Bolívia, - outra bastante famosa no meio futebolístico – está 3.660 metros acima do nível do mar. O nadador tem encarado essa preparação com bom humor, e diz que sofre para ver televisão. "Imagine uma cama com uma redoma ao seu redor. Parece um tanque de peixes. É um pouco estranho, mas é bom. A pior coisa é tentar ver TV, fica embaçado", brinca.

Phelps ainda não divulgou as provas que irá competir em Londres. Mesmo sendo um dos maiores nadadores da história, ele ainda passará pelas seletivas dos Estados Unidos, que acontecem entre 25 de junho e 3 de julho. Ninguém duvida, porém, que o dono de 14 ouros olímpicos deverá estar nos Jogos em todas as provas que escolher.

Phelps em ação: na Olimpíada de Londres, o recordista promete se aposentar

Phelps em ação: na Olimpíada de Londres, o recordista promete se aposentar
Crédito da imagem: Reuters


O homem – Michael Phelps parece ter nascido para viver mais dentro da água do que fora dela. O nadador tem 1,93m de altura, uma envergadura excepcional de 2,01m e pés de 29,8cm, que servem em calçados número 48. Além de tudo isso, o norte-americano ainda nasceu com hipermobilidade, ou seja, tem uma flexibilidade muito acima do normal em suas articulações. Phelps reúne em seu corpo todas as características físicas essenciais a um grande nadador.

O curioso é que o 'empurrão' de Phelps para às piscinas veio por conta de uma 'doença'. O norte-americano é portador do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. A natação apareceu aos sete anos de idade, como forma de gastar o excesso de energia de Michael. Três anos depois, ele já quebrava recordes nacionais da sua faixa etária.

Com um futuro para lá de promissor, Phelps passou a treinar sob um regime mais profissional e se classificou com apenas 15 anos para os Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney. Na Austrália, Michael não conquistou medalhas, mas conseguiu chegar à final dos 200m borboleta.

Em Pequim, Phelps fez história com oito medalhas de ouro

Em Pequim, Phelps fez história com oito medalhas de ouro
Crédito da imagem: Reuters

A lenda - Phelps tem nada menos que 14 ouros olímpicos e é o atleta que mais vezes subiu ao posto mais alto do pódio nos Jogos. O norte-americano ainda é o recordista de ouros em uma única Olimpíada: em Pequim, caiu na piscina oito vezes e terminou como vencedor em todas as suas provas. De quebra, o nadador fecha seus recordes com mais seis medalhas de ouro e duas de bronze conquistadas em Atenas.

Mas o norte-americano não se destacou apenas em olimpíadas. Phelps fechou as suas participações em Mundiais com nada menos do que 33 medalhas, sendo 26 delas de ouros. Um dos nadadores mais completos de todos os tempos, ele pulverizou 39 recordes mundiais em sua carreira e é, até hoje, dono dos melhores tempos em nada menos do que seis provas – três em equipe – em piscinas de 50 metros, e outro, também com o time dos EUA, em piscina curta de 25m.

Mais velho, Phelps luta para se manter como o número 1 da natação mundial

Mais velho, Phelps luta para se manter como o número 1 da natação mundial
Crédito da imagem: Reuters


O 'comilão' – Para conquistar todos estes títulos e recordes, não bastaram a genética e os treinos. Michael Phelps também precisou de uma superdieta para construir a carreira vitoriosa. Antes dos oito ouros de Pequim, o nadador consumia nada menos que 12.000 calorias diárias, seis vezes mais que um adulto normal.

Só no café-da-manhã, Phelps consumia três sanduíches de ovo frito – que ainda levavam queijo, alface, tomate, cebolas fritas e maionese -, uma omelete com cinco ovos, uma tigela de cereais, três fatias de torradas com açúcar e ainda mais três panquecas de chocolates. Tudo acompanhado com três xícaras de café.

Entre almoço e jantar, Phelps ainda consumia mais um quilo de macarrão, dois sanduíches grandes de queijo com presunto no pão branco com muita maionese e uma pizza inteira. Para beber, 2.000 calorias de bebida energética.

É com esse apetite que o norte-americano chegará a Londres. Para encerrar a carreira com mais recordes, mais medalhas, e mudar seu status na história – o atleta para, o mito continua.


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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fred Bousquet e Laure Manadou vão defender o Pinheiros no Maria Lenk


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Frederick Bousquet Laure Manaudou natação Open de Paris (Foto: Reuters)

A presença de estrangeiros no Trofeu Maria Lenk não é uma novidade. Cada vez mais, porém, os clubes estão investindo em reforços gringos. Na edição deste ano, os destaques serão os franceses Fred Bousquet e Laure Manaudou.

O casal francês defenderá o Pinheiros, que nos últimos dois anos tem sentido os desfalques de grandes nomes, como Cesar Cielo e Nicholas Santos. Com estes reforços, o clube paulista estará mais forte na briga pelo título da competição, que será de 24 a 28 de abril, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. No ano passado, o Minas levou a melhor após oito títulos consecutivos do time paulista.

Além dos Bousquet e Manadou, as dinamarquesas Jeanette Ottensen Gray e Lotte Fris também participarão da competição brasileira. As campeãs mundiais em Xangai vão defender o Corinthians.

O Troféu Maria Lenk 2012 é decisivo para a formação da seleção brasileira que participará dos Jogos Olímpicos de Londres. Após o Maria Lenk acontecerá uma última seletiva, em maio, mas ela será válida apenas para as provas que não tiverem todos os atletas definidos até o Campeonato Brasileiro.
 


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Lei Joanna Maranhão' é aprovada, e atleta festeja passo contra a pedofilia


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natação Joanna Maranhão 400m medley (Foto: Satiro Sodré / AGIF)

Vítima de abuso sexual na infância, a nadadora Joanna Maranhão comemorou nesta quarta-feira a notícia de que o projeto de lei que leva o seu nome foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da CPI da Pedofilia. Na proposta, que ainda terá de passar pelo Plenário da Câmara e pelo Senado, as vítimas ganham mais tempo para denunciar seus agressores.

- Para coroar mais um desafio superado tive a notícia de que finalmente a Lei Joanna Maranhão foi aprovada! É com imensa felicidade que passo essa notícia para vocês. Conseguir enxergar toda situação vivida como experiência e usá-la como impulso para meus objetivos pessoais e pelo combate à pedofilia é o maior presente que Deus poderia me dar - disse Joanna Maranhão, em seu blog.

Em 2008, a nadadora pernambucana revelou ter sido molestada sexualmente na infância. Joanna contou que foi abusada pelo técnico dentro da piscina quando tinha apenas nove anos. O crime, no entanto, já havia sido prescrito quando o caso veio a público. Atualmente, o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) determina a contagem da prescrição a partir do dia do crime. Depois disso, não há possibilidade de punir o agressor.

Com a Lei Joanna Maranhão, a prescrição do crime (estipulado em 20 anos) começará a contar apenas a partir da data em que a vítima completa 18 anos. Ou seja, até os 38 anos ela poderá fazer a denúncia. 

- Sei que hoje como atleta não consigo me engajar como gostaria dentro da causa, mas isso irá acontecer com o passar do tempo. Hoje carrego a bandeira da luta dentro de mim e procuro na minha carreira de atleta demonstrar que é possível viver além da triste experiência de um abuso sexual - comentou a nadadora, que está em um treinamento de altitude, no México.


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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Benefícios da natação


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Com quatro medalhas de ouro, o Brasil garantiu, em julho de 2011, sua melhor participação em mundiais de natação. O resultado poderia ser ainda melhor se fosse mais comum, no país, a prática sistemática desse esporte. Es benefícios não apareciam apenas nas competições, mas na saúde dos brasileiros, pois, para muitos especialistas, trata-se da atividade física mais completa.

O ortopedista Ricardo Cury, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, compara a natação com outros esportes para destacar as vantagens da prática nas piscinas. No tênis, por exemplo, há uma exigência maior dos membros superiores, especialmente do braço com o qual o atleta segura a raquete. No futebol, o esforço se concentra nos membros inferiores. A corrida, por sua vez, trabalha bastante a parte aeróbica, enquanto a musculação, como o próprio nome diz, atua sobre a musculatura. "A natação tem uma exigência global, juntando tudo isso em uma única atividade: ela distribui bem os esforços entre todos os membros, tem um trabalho aeróbico importante e ainda desenvolve os músculos", afirma Cury.

Outro ponto positivo é a baixa incidência de lesões, por não ser um esporte de contato. Além disso, por ser praticada na água, as articulações não sofrem desgaste com o impacto no solo, como ocorre no vôlei, por exemplo.

Somadas, todas essas vantagens contribuem para a prevenção de inúmeras doenças. "A melhora na parte aeróbica é importante do ponto de vista cardiovascular. O nadador ainda perde peso e regula melhor sua pressão e o sono, diminuindo as chances de ter um AVC [acidente vascular cerebral] ou diabetes", enumera Cury, que é presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho.

A natação também ajuda a oxigenar todos os tecidos do organismo, inclusive o cérebro, o que tende a diminuir os riscos de males como o Alzheimer. Sua prática traz ainda benefícios estéticos, desenvolvendo o tórax do nadador, e conta com um bom índice de queima calórica (chega a 600 cal/ hora). Sem falar na sensação de bem-estar, como em qualquer esforço físico, causada pela liberação de endorfina.

Também como em qualquer atividade física, é recomendável fazer aquecimento antes de exercitarse, para diminuir ainda mais a possibilidade de surgir algum problema.

Encontre seu estilo

Antes de se aventurar pelas piscinas, é importante saber qual estilo de nado é a sua cara: livre, costas, peito ou borboleta. Cury afirma que qualquer um deles atende às necessidade do organismo, desde que a prática seja de pelo menos 30 minutos e três vezes por semana. Porém, há entre esses tipos pequenas diferenças em relação aos grupos musculares mais exigidos.

O estilo peito requer esforço um pouco maior da região do tórax, enquanto o nado de costas trabalha melhor a parte dorsal e os ombros. Já as pernas são mais usadas na prática dos estilos livre e borboleta. Em relação ao gasto calórico, costa e borboleta levam ligeira vantagem.

No entanto, o especialista avalia que as diferenças são pequenas, e não há necessidade de variar entre eles para executar uma atividade mais completa. "Você pode selecionar aquele tipo que mais lhe agrada e focar nele, pois apenas o fato de a pessoa nadar já é um ótimo exercício."


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domingo, 8 de abril de 2012

O efeito da flexibilidade no tornozelo na pernada do nado crawl


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Introdução

    A capacidade de mover as articulações numa total amplitude de movimento é importante em muitos esportes. A perda da flexibilidade pode acarretar uma redução da eficiência do movimento e aumentar as chances de lesão em alguns esportes. Portanto, para muitos técnicos, exercícios regulares de alongamento se fazem presente nas sessões de treinamento, a fim de aumentar a flexibilidade (POWERS; HOWLEY, 2000, p. 403).

    A natação competitiva tem como prioridade o nadador percorrer uma determinada distância no menor tempo possível, aumentando o interesse pelo aprimoramento da técnica durante as sessões de treinamento (CAMPOS et al., 2009). Franken et al (2008, p. 329) citam outros fatores que podem contribuir na natação como

    a técnica, que desempenha papel importante dentre os fatores que determinam o desempenho devido, particularmente, ao arrasto, que é dependente das características físicas do meio líquido (viscosidade e densidade), da antropometria (área de secção transversa, medidas lineares e coeficiente corporal de arrasto) e, principalmente, da velocidade média de nado (VN). Uma melhor execução técnica do nado leva à redução das forças de arrasto e ao incremento de propulsão final, possibilitando um melhor desempenho.

    A flexibilidade na natação se faz presente na maior parte dos movimentos. Plantanov (2005, p. 303) cita que "a estrutura biomecânica dos movimentos da natação apresenta grandes exigências em relação à mobilidade das articulações dos ombros e dos tornozelos". Um aumento da faixa de movimentos nos tornozelos, nos ombros e na parte inferior das costas, contribui para tempos mais rápidos na natação. Em relação à articulação do tornozelo, Franken et al (2008) comentam que, quanto maior a amplitude do movimento de flexão plantar, maior será a aplicação de força propulsiva no movimento de pernada no estilo crawl.

    Os três tipos de pernadas usados na natação consistem em: pernada de borboleta, pernada de peito e a pernada de adejamento, usada tanto no nado de crawl quanto o nado de costas. As pernadas fornecem propulsão e ajudam o nadador a manter o corpo alinhado durante a braçada e durante o movimento do corpo de um lado para o outro, ou seja, o movimento de pernada do crawl garante uma posição equilibrada e hidrodinâmica do corpo, auxiliando na força do nado e permitindo que as coxas permaneçam em uma posição elevada (STAGER; TANNER, 2008).

    Tratando especialmente da pernada de adejamento, a mesma atua principalmente como estabilizadora, pois o movimento da braçada não é simétrico em torno do eixo longo do corpo. Elas desempenham o papel de uma quilha de um barco, na qual sem a quilha, um barco rápido emborcaria, tornando-se assim ineficiente.

    A pernada de adejamento consiste nas pernas se movimentarem em um ritmo alternado: a pernada para baixo com uma das pernas ocorrendo durante a pernada para cima com a outra. A pernada para baixo é um movimento parecido com uma chicotada, que começa com a flexão do quadril, seguida pela extensão do joelho. A perna flexiona-se no quadril ao ultrapassar o corpo em seu trajeto para cima, para a superfície. A coxa começa a fazer a pressão para baixo sobre a água enquanto a parte inferior da perna, que deve estar relaxada, continua a ser empurrada para cima pela pressão da água que esta sobre ela (MAGLISCHO, 1999).

    A pressão da água sob a perna, também empurra o pé para uma posição estendida, com os dedos apontando para cima (em flexão plantar) e o pé voltado para dentro (invertido). A pernada para baixo é executada com um movimento semelhante a uma chicotada, começando com uma leve flexão do quadril e movimentando para baixo a perna mediante a extensão do joelho. A pernada para cima deve ser efetuada com a perna reta. A pressão da água empurrando a perna para baixo o mantém estendido e o pé em uma posição natural, a meio caminho entre a flexão e a extensão, a parte inferior da perna e o pé devem ficar relaxados durante toda a pernada para cima, assim permanecendo até que o joelho começa a estender-se durante a pernada para baixo seguinte. Isso permite que a água posicione adequadamente a perna. O movimento ascendente de toda pernada é realizado pelos músculos que estendem a articulação. A pernada para cima termina quando a perna ultrapassa o corpo em seu trajeto para a superfície. Isso ocorre quando a perna flexiona-se no quadril para a seguinte pernada para baixo (MAGLISCHO, 1999).

    Farinatti (2000) enfatiza que é na natação, sem dúvida, que se pode encontrar a maior quantidade de trabalhos demonstrando evidências de como a flexibilidade pode influenciar no desempenho de uma modalidade esportiva. Cureton citado por Colwin (2000) coloca que já na década de 30 era documentada a associação entre flexibilidade e nadadores de uma forma geral. Em 1932, foram realizadas várias medidas nas equipes olímpicas do Japão e Estados Unidos, observando nítida vantagem para os primeiros, donos dos melhores resultados na competição realizada naquela ocasião. A pesquisa mostrou que a braçada dos japoneses velocistas era significativamente mais forte do que a dos americanos, concluindo que o braço flexionado no nado puxava com mais força a água. Cureton prestava bastante atenção à flexibilidade do tornozelo, na qual os japoneses conseguiam marcas bastante superiores às dos americanos (74,8 graus de movimento em média, contra 65,4), evidenciando também uma propulsão muito maior na pernada em razão desta flexibilidade.

    O nadador que tiver menor capacidade de estender seus pés ao nível dos tornozelos terá como conseqüência os pés voltados para baixo muito antes que suas pernas estejam estendidas. Visto que seus pés estão quase perpendiculares ao fluxo da água, esse nadador empurra a água para baixo, e não para trás, com seus pés e suas pernas nas proximidades do final da pernada para baixo (MAGLISCHO, 1999).

    Através do nível de flexibilidade na articulação do tornozelo, o nadador poderá realizar pernadas mais fortes empurrando maior quantidade de água para trás e, então, propiciar a sua propulsão à frente (CAMPOS et al., 2009). Machado (1978) enfatiza que a maior necessidade do trabalho de pernas liga-se à manutenção do equilíbrio, uma vez que a sua propulsão hoje corresponde de 10 a 20% do rendimento total. Se deixarmos de executar o trabalho de pernas, a flutuabilidade sofrerá e, consequentemente, a aplicação de força será efetuada de modo incorreto, zonas de atrito serão criadas e a progressão do nadador dificultada.

    Outros fatores a serem considerados em relação à flexibilidade na Natação, é que um nível insuficiente da mesma não irá permitir que seja desenvolvida uma técnica de natação eficiente, limitando o aparecimento da força, da capacidade de velocidade, coordenação, provocando enfim, uma menor economia de trabalho e com freqüência causando a deteriorização dos músculos e dos ligamentos (PLATONOV; FESSENKO, 2003).

    Não foi ainda definida a amplitude ideal das pernas em seu maior afastamento, mas ela provavelmente situa-se entre 50cm e 80cm (MAGLISCHO, 1999). Juntamente com a força e a resistência, a flexibilidade é também um componente importante da performance muscular. Em geral, pode ser descrita como a propriedade que torna uma estrutura capaz de ser flexionada, virada, curvada e torcida sem se quebrar (MATHEWS; FOX, 1979). Ainda Makarenko (2001) considera que, para alcançar altos resultados em distâncias curtas no crawl, os índices que possuem maior importância são, entre eles, uma boa flexibilidade no tornozelo.

    Neste sentido, a pernada de crawl assume um papel importante para o nado, onde a técnica correta do movimento, assim como uma maior flexão plantar, poderá contribuir para uma maior propulsão e eficácia do nado. Desta forma, este estudo objetivou investigar a influência da flexibilidade do tornozelo na pernada do nado crawl.

Materiais e métodos

    A pesquisa caracterizou-se como causal-comparativo por comparar o desempenho na tarefa de sprint em pernada do nado crawl com o grau de flexibilidade dos nadadores e de diferentes nados. Participaram deste estudo 10 nadadores, de rendimento há pelo menos 3 anos, participantes de competições estaduais e nacionais. Dos quais 6 do naipe masculino e 4 do naipe feminino, com faixa etária variando entre 14 e 21 anos.

    Para a realização da tarefa foi necessária uma piscina de 25m com marcação dos 15m e temperatura de acordo com a norma da Federação Internacional de Natação Amadora – FINA (2005), que estabelece uma temperatura variando de 26º a 29º. A temperatura exterior foi ambiente. A aplicação do teste se deu no horário de treinamento dos atletas.

    Antes de iniciar o estudo, todos os nadadores foram informados dos objetivos e procedimentos envolvidos na pesquisa, dando seu consentimento verbal e por escrito para participar da pesquisa. Os sujeitos foram submetidos à avaliação de flexibilidade através de um goniômetro, sendo este composto de duas réguas transparentes para medição da movimentação articular. Logo após, o tamanho do pé foi medido através de um paquímetro de 60 cm.

    Para a realização da tarefa de sprint em pernada do nado crawl, durante o teste, as mãos estiveram apoiadas na prancha, com a cabeça permanecendo fora da água. Na chegada, o nadador deveria encostar a prancha na parede. Cada atleta realizou três tentativas com intervalos de 3 min (sujeitos permaneceram dentro da piscina), sendo considerado para análise o melhor tempo obtido dentre as três tentativas. Durante o teste um avaliador registrou o tempo dos últimos 15m sendo contado o tempo a partir do momento em que a cabeça do nadador ultrapassava a linha dos 15m.

    Foi aplicada a Análise de Variância para amostras independentes, a fim de saber se existia diferença significativa entre as variáveis tamanho do pé, flexibilidade e desempenho. Correlações entre as variáveis foram testadas com aplicação do Teste de Correlação Linear de Pearson (dados paramétricos). Para verificar a influência de uma variável independente sobre a variável dependente, foi aplicado o teste de regressão linear simples. Para todas as análises foi adotado o nível de significância de 0,05 e utilizado o programa de SPSS versão 11.5 for Windows.

Resultados e discussão

    Com a intenção de proporcionar maiores condições para uma compreensão do estudo, os resultados encontrados são dispostos de acordo com os objetivos específicos e discutidos simultaneamente à suas apresentações.

    Os resultados mostraram que os nadadores de peito possuem os maiores pés (média de 25,57cm). Pode-se dizer que para os nadadores de peito, quanto maior for o tamanho dos pés, melhor será sua propulsão, em função de que "as solas dos pés são as superfícies mais propulsivas, deslocando água para trás como fólios" (MAGLISCHO, 1999, p. 468). Os nados de costas, borboleta e crawl, que são pernadas com movimentos semelhantes, tiveram pouca variação no tamanho dos pés.

    Embora o tamanho dos pés dos nadadores especialistas em nado peito sejam maiores, a avaliação da flexão plantar mostrou que os nadadores especialistas nos nados de borboleta (83,33º), costas (74,00º) e crawl (66,00) apresentaram um melhor grau de flexibilidade do que os nadadores de peito. Para isso, Alter apud Schlemm (2007) coloca que, nadadores de crawl, costas e borboleta que possuírem uma boa flexão plantar dos tornozelos é essencial. Segundo Marino apud Farinatti (2000) isto permitirá que os pés do nadador fiquem em boa posição para impelir a água para trás e para baixo (crawl e borboleta) ou para cima (costas), em angulações mais favoráveis à propulsão.

    Os nadadores do nado borboleta foram os que mostraram uma maior flexão plantar. De fato, isto é de grande valia para o desempenho do nadar, pois Colwin (2000) coloca que, a força da pernada do nado borboleta depende, em grande parte, da habilidade do nadador de hiperestender os tornozelos e os pés rapidamente, estabelecendo a tensão na superfície.

    Durante os anos de prática da pesquisadora, em aprendizagem e treinamento de natação, verificou-se que nadadores do estilo peito tinham uma dificuldade em realizar a pernada de adejamento, em função dos pés estarem com a ponta dos dedos em direção ao fundo da piscina, podendo ser um indício de pouca flexibilidade plantar para a realização de uma pernada de adejamento mais eficiente.

    Os resultados da média de amplitude da flexibilidade em dorsi flexão, apontam os especialistas em nado costas com melhor amplitude (11,00º), seguido dos nadadores de crawl (9,00º) e peito (6,67º), como mostra a figura 1. No nado peito, de acordo com Marino apud Farinatti (2000), o movimento de tornozelo é mais importante na flexão dorsal, uma vez permitindo um posicionamento mais precoce e eficiente dos pés para a aplicação da força. Para Maglischo (1999) os nadadores deste estilo podem flexionar seus tornozelos o suficiente para manter um ângulo de ataque orientado para trás e para fora durante a fase de pernada de varredura para fora, eles devem ser capazes de fazer o agarre da água mais cedo e de aplicar a força por maior tempo durante a subseqüente varredura para baixo. Sendo assim, segundo Alter apud Schlemm (2007), já que a aplicação de uma força depende da posição dos pés, faz-se necessário possuir tornozelos flexíveis para adquirir o sucesso no batimento de pernas.

    Massaud (2001, p.146) coloca ainda que,

    a pernada de peito requer uma boa flexibilidade tíbio-társica, já que para um bom posicionamento dos pés, no momento da flexão máxima das pernas e no decorrer da extensão, é necessário realizar dorsiflexão com eversão, para que os mesmos realizem um eficiente apoio na água com a planta dos pés.

Avaliação do desempenho dos nadadores de diferentes estilos na tarefa de pernada do nado crawl

    Analisando os resultados de acordo com o desempenho mostrado na figura 1, os nadadores do nado de peito (14,58 seg.) obtiveram os piores desempenhos no teste. Já os melhores desempenhos foram adquiridos pelos nadadores do nado de borboleta (12,29 seg.), seguidos pelos nadadores do nado crawl (12,71 seg.) e logo depois, com uma diferença de apenas 0,07, os nadadores de costas (12,78 seg.). Pode-se verificar que os nadadores de borboleta foram os que demonstraram maiores amplitudes articulares, já os nadadores de peito obtiveram os menores resultados em relação à flexão plantar.

Figura 1. Média do desempenho dos nadadores na tarefa sprint da pernada do nado crawl, de acordo com estilo de nado.

    Segundo um estudo realizado com nadadores, Hay apud Farinatti (2000, p.89), acrescenta que

    a flexibilidade dos tornozelos, em muitos aspectos, pode ser mais importante para a propulsão na natação que a própria força muscular. O autor justifica essa proposição pelo fato de que a potência da pernada seria muito mais definida pela técnica de execução e pela boa angulação de aplicação da força, do que pela potência muscular em si. A vantagem de uma boa técnica de execução de movimento de pernas, aliada a uma boa flexibilidade poderia equivaler a mais de 50% da propulsão obtida.

    Seguindo a mesma linha de raciocínio, Alter apud Schlemm (2007) explica que, no batimento de pernas para baixo a propulsão é produzida pelo topo do pé estendido, enquanto a flexão do quadril move a perna para baixo. Para isso, a planta do pé aplica uma força de impulso enquanto que a perna move-se de uma posição flexionada para uma posição estendida. Assim sendo, já que a aplicação de uma força retrógrada depende da posição dos pés, faz-se necessário possuir tornozelos flexíveis para adquirir sucesso no batimento de pernas.

Comparação do desempenho a tarefa com o nível de flexibilidade e tamanho dos pés

    Para verificar se a amplitude de flexibilidade e o tamanho dos pés influenciam no desempenho da tarefa de sprint em pernada do nado crawl, foram aplicados teste de ANOVA, post-hoc e correlação para identificar as diferenças entre as variáveis.

Tabela 01. Valores do teste Anova para as variáveis dependentes e independentes de toda a amostra.

    O valor de F, conforme mostra a tabela 1, na flexão plantar e no desempenho foi de 5,19 e 4,84, respectivamente, e, portanto, pode-se afirmar que as médias das variáveis flexão plantar e desempenho são diferentes entre os grupos de nado. Mas quando aplicado o teste post-hoc de Scheffé, para verificar a existência de diferenças entre as médias dos grupos de nado, os resultados não apontaram diferença significativa entre as comparações, ou seja, não há diferença entre os grupos de estilos de nados diferentes em relação ao desempenho na tarefa de sprint de pernada do nado crawl.

    Para verificar a associação entre as variáveis, o teste de correlação de Pearson não indicou diferenças significativas, indicando que não há relação entre as variáveis, considerando que todos os resultados foram próximos de zero. Os mesmos resultados foram encontrados quando aplicado o teste de regressão linear simples, para verificar a influência de uma variável sobre a outra, indicando que a amplitude de flexibilidade, tanto plantar quanto dorsal, não influenciou no desempenho do teste de pernada no nado crawl. Embora alguns autores acreditem que ocorra melhor performance com um grau de flexibilidade melhor, os resultados deste estudo não comprovam a influência da variável flexibilidade de tornozelo sobre o desempenho na tarefa.

    Uma possível explicação para esses resultados, provavelmente, seja devido a quantidade reduzida de sujeitos da amostra. Outra explicação possível, advém do estudo realizado por Mookerjee et al apud Demari (2000), envolvendo 12 nadadoras universitárias, utilizando um goniômetro para a medição da flexão plantar, obtendo uma média de 82 graus de flexão plantar. Não encontraram também relação significativa entre batimento de pernas e flexão plantar, mostrando que é provável que existam outros fatores, como por exemplo, a força muscular na eficiência da pernada.

    Maglischo (1999) sugere que uma boa flexão plantar é de 70 graus ou maior. Hull apud Demari (2000) divide em pernada ruim, moderada e ótima para, respectivamente, menor de 90 graus, 90 graus e maior que 90 graus de flexão plantar. O resultado do teste apresentou uma média de 72,60º de flexão plantar de tornozelo, o que está bom para os valores sugeridos por Maglischo (1999), mas está distante dos valores sugeridos por Hull. Para Demari (2000, p. 55), "a comparação entre estes relatos, no entanto, deve ser realizada com cautela, pois os autores citados não demonstraram estudos sobre o assunto".

    É provável que o reduzido número de estudos envolvendo batimento de pernas deve-se pela pequena contribuição à performance total de nado, uma vez que a contribuição, em média, é de aproximadamente apenas 10% (DEMARI, 2000). Porém, se analisar os tempos dos nadadores em uma final de 100m livre, por exemplo, constatar-se-á que muitas vezes os nadadores estão separados por menos de um segundo, ou seja, o equivalente a aproximadamente 2% do tempo total de prova.

    Relacionando os resultados obtidos, Cousilman apud Stager e Tanner (2008) investigou a eficiência da pernada de adejamento. Ele organizou um teste de reboque de nadadores e mediu a tensão da corda de reboque quando os nadadores realizavam a pernada e quando apenas eram rebocados em posição hidrodinâmica. O objetivo desta era observar se a tensão da corda de reboque durante a pernada era maior, menor ou a mesma que a apurada quando o nadador não estava fazendo o movimento de pernada. Foi constatado que a maior parte da pernada dos nadadores era ineficaz a velocidades entre 1,3 e 1,5m/s e até aumentou o arrasto para velocidades acima de 1,5m/s. Abaixo de 1,3m/s, a pernada aumentou a propulsão.

    Seria possível então concluir que a pernada é uma perda de tempo, e que a braçada é que realmente proporciona a propulsão. De fato, pode-se afirmar que a braçada no nado de crawl exerce a maior parte da propulsão, porém não podemos descartar a importância da pernada, pois os velocistas ao usarem a mesma, estarão impedindo que as pernas afundem mais na água, diminuindo assim o arrasto e possivelmente adquirindo tempos mais baixos (STAGER;TANNER, 2008).

Considerações finais

    A natação é um esporte de muitos detalhes técnicos. Quanto maior a habilidade do nadador em exercer corretamente os movimentos dos nados, maior será a sua chance de obter êxito no esporte. Apesar dos resultados não constatarem relação entre as variáveis, acredita-se mesmo assim, que a flexibilidade pode ter uma participação bastante significativa na natação, por dois motivos: segundo pesquisa bibliográfica, quanto maior a flexibilidade articular do tornozelo, melhor será a aplicação de força da pernada, tanto no movimento de pernada para cima, quanto para baixo, trazendo este fato a importância em se realizar corretamente a técnica da pernada. Esta técnica, portanto só poderá ser adquirida com uma amplitude articular considerável; os nadadores de borboleta obtiveram os melhores resultados em relação à flexão plantar e no desempenho da pernada, colocando que a flexibilidade pode trazer alguma relação com o desempenho, principalmente na fase da pernada em que se dá uma "chicotada" na água.

    Hoje está sendo aplicado nos treinamentos de natação com bastante afinco a pernada, na qual muitos técnicos já consideram a pernada submersa como o quinto estilo da natação. Esta importância que está sendo dada à pernada, torna necessários mais estudos, para então determinar a real eficiência da flexibilidade com a pernada.

    Analisando o nado de borboleta e de crawl, pode-se dizer que hoje o nado mais veloz na Natação é o crawl, porém a pernada de borboleta é muito usada no nado submerso tanto no estilo de crawl, como no de costas e até mesmo no nado de peito. Pode-se dizer que os nadadores de borboleta trazem consigo uma vantagem significativa, pois os mesmos dominam uma pernada que está sendo muito aplicada nos outros nados.

Referências

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  • STAGER, J. M.; TANNER, D. A. Natação: manual de medicina e ciência do esporte. 2 ed. Barueri: Manole, 2008.


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