A saída de bloco, dependendo do tipo de prova na Natação, tem maior ou menor influência no bom desempenho do atleta na prova. Por isso, ela vem sendo cada vez mais estudada por profissionais que querem potencializar o desempenho de seus atletas.
Em uma abordagem global, divide-se o movimento da saída em dois estilos: saída pranchada e carpada .
A saída pranchada é comum em alunos que ainda não dominam a técnica, que estão em fase de aprendizagem. A saída carpada é um movimento mais fino realizado com a finalidade de alcançar o ponto mais longe possível em um meio menos resistivo, observado em competições e executado por nadadores que dominam os gestos motores do movimento e o executam com a finalidade de rendimento.
Com a finalidade de rendimento, utilizam-se duas técnicas de saída: a saída de agarre e a de atletismo (uma modificação da saída de agarre: os pés e pernas ficam mais separados, numa posição ântero-posterior). Esses tipos de saída são mais populares em relação às saídas desenvolvidas antes delas.
A saída é dividida em fases: posição preparatória, empurrada, impulso no bloco, vôo, entrada, deslizamento e saída para o nado.
Na fase de posição preparatória, ao comando de "aos seus lugares", o nadador se move em direção à sua posição preparatória em pé, sobre o bloco, e assume posição de partida. Nesta posição ele coloca os pés ligeiramente afastados, dedos curvados sobre a borda da frente do bloco, joelhos e quadril ligeiramente flexionados e a cabeça, pescoço e tronco inclinados à frente: flexiona todos os segmentos uns sobre os outros. Os braços se posicionam estendidos quase que verticalmente para baixo, com as mãos agarrando a borda da frente da plataforma de saída, ou serão levados para a lateral, dependendo do desequilíbrio habitual de cada nadador. O peso do corpo é levado pra frente, conservando uma margem de segurança, com variações na posição do tronco . A flexão de pernas é menor e a flexão do tronco é muito mais acentuada na saída de agarre, permitindo que as mãos segurem na beirada anterior da plataforma de saída.
As fases de empurrada e impulso no bloco ainda recebem influência do comportamento do nadador sobre o bloco e acontecem depois do sinal de saída. Estas fases começam com um período de latência, tempo necessário para o nadador perceber o sinal e reagir a ele. Este tempo varia de um indivíduo para o outro, mas pode ser reduzido com o treinamento. Então acontece o desequilíbrio, uma queda controlada que pode ocorrer com o auxílio dos braços para potencializar o movimento. Esta queda permite levar o centro de gravidade para frente dos pontos de apoio e tirar melhor proveito do impulso.
Nesse movimento o corpo gira em torno de um ponto fixo ideal representado pela aresta da plataforma de saída ou sobre um eixo que passa por seus tornozelos ou pés. Então, há a intensificação na flexão dos segmentos e o aumento na tensão dos músculos extensores para gerar força, e tal processo culmina na impulsão de saída (com a extensão simultânea de membros), enfatizando a necessidade da transmissão integral das forças dos membros inferiores ao tronco. A extensão das costas e a flexão da cabeça contribuem para o alinhamento vertebral e para a elevação dos braços, que atuam de uma maneira importante ao aumentar a pressão do corpo sobre o plano e, por sua vez, a impulsão das pernas.
As demais fases se desenvolvem como consequência dos movimentos feitos no bloco, e as alterações nestes padrões de movimento se dão por intenção do nadador em mudar as características, ou por falta de controle corporal.
Verifica-se que outros fatores podem influenciar as modificações na performance da saída. Há influência dos aspectos estruturais como a construção dos blocos de partida, que a inclinação e a altura podem alterar os resultados obtidos por modificar a velocidade, o ângulo e o deslocamento. Para esse quesito, existe uma breve descrição de norma na regulamentação da federação internacional, que define a variações de inclinação e altura.
A questão da desclassificação durante a partida é muitas vezes polêmica porque existe o paradigma "o árbitro não pode dar partida porque o atleta não estava imóvel, então o atleta pode se mexer porque o árbitro ainda não deu a partida", o que é falso.
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