Sequência metodológica para habilidade motora aquática básica





A sequência metodológica mais interessantes com o intuito de abordar esta habilidade motora aquática básica. Primeiro, aborda-se questões relacionadas com a imersão da face e o ato expiratório. Depois, vem a sincronização entre a respiração e a ação dos membros inferiores. Por fim, promove-se a sincronização da respiração com a ação dos membros superiores e o controlo respiratório.

Neste sentido a sequência metodológica para a abordagem da habilidade motora aquática básica "respiração" compõe-se das seguintes fases:

#1. Molhar a Face

    O aluno deverá desde cedo não sentir reticências em manter a face molhada. Para tal deve-se solicitar que ele molhe a cara. Por exemplo, no caso das crianças pode-se pedir que elas "lavem a cara dentro da piscina como fazem no lavatório".

#2. Imergir e Abrir os Olhos

    O passo seguinte será promover a imersão da cabeça, mantendo os olhos abertos dentro de água, impedindo os reflexos óculo-faciais já descritos que levam geralmente ao fecho dos olhos. Essas imersões serão com a cabeça parcial ou totalmente mergulhada, podendo por exemplo, empurrar com a cabeça uma bola que se encontra a flutuar na superfície ou então, ir buscar objectos ao fundo da piscina.

    Pode-se dividir esta etapa em duas fases. Numa primeira fase, realizar-se-ão imersões de curta duração (1-5 segundos). Numa fase subsequente, promove-se a execução de imersões acrescidas. Isto é, propõe-se um prolongamento do tempo da imersão, consequência de um maior à vontade do aluno na execução das tarefas.

#3. Expiração na Água

    O aluno deverá compreender que para expirar ele terá de efectuar expirações ativas, caso contrário o ar não consegue vencer a pressão exercida pela água. Pedir ao aluno que expire para a água ou que empurre uma bola de ténis de mesa com o sopro, são exemplos de tarefas que poderão ser apresentadas com este objetivo.

    A duração da expiração deverá ser gradualmente aumentada até ser possível a expiração completa. Em alunos que ainda se encontram nesta fase, este tipo de expiração é conseguida primordialmente através de um aumento da duração, sem aumento do débito. A expiração completa pode tomar formas numerosas e complexas, utilizando sucessivamente ou de forma combinada a boca e/ou o nariz (Catteau e Garoff, 1988).

#4. Expiração Ritmada

    A ideia subjacente consiste na criação de um ritmo respiratório, onde a fase inspiratória será realizada em intervalos temporais constantes. Por exemplo, inspirar a um tempo e expirar a quatro tempos será uma sugestão para se promover a realização de expirações ritmadas.

#5. Expiração Ritmada Associada ao Batimento Alternado dos Membros Inferiores

    Por forma a associar e sincronizar a função respiratória com a função propulsiva, deve-se apresentar tarefas que solicitem a sincronização entre o acto inspiratório e a ação dos membros inferiores. Por exemplo, pedir ao aluno para inspirar em cada dois, quatro ou seis batimentos dos membros inferiores. Este último padrão de sincronização será dos mais oportunos, dado que é análogo ao adaptado nas técnicas alternadas.

#6. Ritmo Respiratório

    Mais não é do que sincronizar a respiração com a acção dos membros superiores (Catteau e Garoff, 1988); da mesma forma que anteriormente se procurou sincronizar a respiração com a acção dos membros inferiores. Isto porque é a ação dos membros superiores que, em qualquer técnica de nado formal, irá determinar o momento de inspiração, ou seja, o ritmo respiratório.

#7. Controle Respiratório

    O controlo respiratório pode ser efetuado frontalmente, através da extensão da cabeça ou lateralmente, através de uma rotação lateral da mesma. As inspirações laterais são do tipo unilateral, ou seja, através da rotação da cabeça sempre para um dos lados. Uma outra alternativa é a inspiração bilateral, isto é, a rotação alternada para cada lado, em ciclos inspiratórios consecutivos. Este tipo de inspiração lateral terá particular interesse na medida em que poderá ser um transferência motora positiva para a técnica inspiratória realizada na técnica de Crol.



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