Na Olimpíada de 96, bronze de Fernando Scherer 'custou' mil dólares a amigo do nadador






No início da década de 90, o Brasil ganhava mais um nadador para disputar medalhas nos Jogos Olímpicos. Com 1,93m e apenas 20 anos, Fernando Scherer, o Xuxa, foi o grande campeão dos 100m livres no Mundial da modalidade, disputado na Espanha. Foi o início de uma carreira que só terminaria em 2007, quando o atleta se aposentou com duas medalhas olímpicas de bronze no peito.

A primeira destas medalhas veio nos Jogos Olímpicos de Atlanta, disputados em 1996. Na ocasião, o nadador brasileiro passou por uma verdadeira epopeia para conseguir nadar a final dos 50 metros livre. Depois de não ter se saído bem nas eliminatórias da prova, o brasileiro precisou participar de um desempate para poder disputar a final.

"Tive que desempatar ao meio dia para nadar a final. Então foi momento tenso para mim, porque, além de precisar nadar uma vez a mais que os adversários, eu já não estava nadando tão bem naquele dia", analisa Scherer, lembrando do momento decisivo.

Com uma ótima reação, Scherer venceu o desempate e se classificou para a grande final dos 50 m na raia 1 – posição bem desfavorável em relação aos demais competidores. Momentos antes da decisão, o nadador conversou com um amigo sobre suas chances de medalha na competição.

Fernando Scherer foi bronze nos jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996

Fernando Scherer foi bronze nos jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996
Crédito da imagem: ESPN

"Foi algo curioso. Meu amigo perguntou se eu tinha chances de medalha e eu falei 'olha, estou na raia 1, não tem como te garantir nada de bom, né?'. Depois da minha resposta, ele resolveu que não ia pagar o ingresso para assistir a final, que custava 600 dólares."

O que nem Scherer nem seu amigo podiam prever era a ótima prova que o nadador brasileiro faria. Mesmo em condições muito ruins, o atleta bateu no muro dos 50 metros livre em terceiro lugar – o que lhe garantiu a medalha de bronze, a sua primeira em Jogos Olímpicos. Já no pódio, ele se surpreendeu ao ver seu "parceiro" na arquibancada, observando a premiação.

"Eu fui perguntar se ele tinha pago os 600 dólares para ver a final. A resposta dele foi: 'Não, paguei mil dólares só para poder entrar e ver a premiação. Porque você não me falou que ia ganhar medalha?'. Se eu soubesse...", finaliza o nadador, rindo.

O relato acima foi concedido à Rádio Estadão/ESPN para a série "Olimpíada que vivi" e faz parte dos especiais que o ESPN.com.br está produzindo de segunda a sexta-feira para preparar o fã do esporte para Jogos Olímpicos de Londres-2012.



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