Campeã do Mundo de Maratonas Aquáticas em 2010 e ouro na prova de 25 quilômetros da modalidade no Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai (China), em 2011. Com esse retrospecto, é difícil imaginar que a brasileira Ana Marcela Cunha não estará nas Olimpíadas de Londres. Mas de fato, ela não estará. A baiana de 20 anos — que nada pela Unisanta, de Santos — não obteve a vaga olímpica na seletiva do ano passado (que ocorreu durante o Mundial da China) e terá de acompanhar as disputas pela televisão.
Londres, no entanto, já é passado para a nadadora. Passadas quatro etapas da temporada deste ano da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, na qual vem competindo com atletas que estão classificadas para as Olimpíadas, Ana Marcela venceu as duas últimas provas (em Eilat, Israel; e Cancún, México) e disparou na liderança do circuito, com 66 pontos, 18 a frente da alemã Angela Maurer — que já está assegurada nos Jogos Olímpicos.
No final o mês, a brasileira embarca para Lac St. Jean, no Canadá, onde poderá deixar ainda mais encaminhado o segundo título mundial da modalidade. De quebra, pode se tornar a primeira sul-americana a atingir tal feito na história. Uma volta por cima de respeito.
- Depois que eu nadei o Mundial (de Esportes Aquáticos) e fiquei em 11º lugar (na prova de 5 quilômetros, que qualificava os dez primeiros para as Olimpíadas), eu fiz o máximo para esquecer aquele detalhe, pensando no que teria que fazer dali para frente. É questão de se ter novos objetivos e tocar a bola para frente. Tenho só 20 anos e fui para a minha primeira Olimpíada com 16. Infelizmente não estarei em Londres, mas nada está perdido. Ainda sou jovem, e em 2016, no Brasil, estarei no auge da minha carreira. Meu objetivo agora é o de ser bicampeã da Copa do Mundo e, a cada ano, traçar novos objetivos - destacou a atleta.
Para alcançar tal objetivo, Ana Marcela admite ter um trunfo: o fato das principais concorrentes ainda terem pela frente as disputas em Londres, enquanto a brasileira pode se focar somente na Copa do Mundo. A nadadora, no entanto, lembra que antes mesmo dos Jogos Olímpicos se aproximarem, ela já vinha superando as concorrentes. Em 2012, por exemplo, a baiana só foi batida por duas "olímpicas" — por Angela Maurer, nas etapas de Santos e Viedma (Argentina) e pela italiana Martina Grimaldi, também em Santos.
- Depois das Olimpíadas, o pessoal sempre dá uma relaxada, mas independente disso, nesse ano só perdi para duas atletas olímpicas. Além disso, depois da prova da Argentina, não perdi mais. É muito importante saber que apesar de não estar nos Jogos, tenho conseguido superar atletas que estarão lá. Especialmente porque essas nadadoras têm que estar sempre preparadas, já que estão às portas de uma disputa tão importante. Por isso digo que se, por acaso aparecesse uma vaga de última hora para Londres, eu estaria preparada para disputar medalha - avaliou.
De olho no Rio
O "projeto Rio 2016" já começou para Ana Marcela. Desde o término do Mundial de Xangai, a baiana da Unisanta ingressou um ritmo constante de treinamentos, que só é "aliviado" uma semana antes das etapas da Copa do Mundo.
Paralelamente às disputas internacionais, a nadadora também participa do Campeonato Brasileiro de Maratonas Aquáticas — no qual já encaminha o hexacampeonato, mesmo tomando a competição como uma espécie de "preparatório" para a temporada mundial. E para a atleta, a intensidade das atividades vem fazendo a diferença.
- Desde que acabou o Mundial do ano passado, já estou treinando para 2016. Como a seletiva olímpica será em 2015, o ciclo começou já em 2011. Venho treinando junto dos meninos, porque com eles consigo ter um outro ritmo de treinamentos, já que eles participam mais das maratonas. Tenho progredido muito desde o Mundial. Em 2015, quero estar 110% para a Seletiva. Quero classificar um ano antes (para as Olimpíadas) e ter um ano inteiro de treinos para 2016 - definiu.
Favoritas?
Sem vaga em Londres, restará a Ana Marcela Cunha acompanhar as disputas olímpicas de casa. A brasileira já tem sua favorita: a inglesa Keri-Anne Payne, vencedora da seletiva de Xangai e medalha de prata nas Olimpíadas de Pequim (China), em 2008. Já quanto a Poliana Okimoto — com quem esteve nos Jogos Olímpicos de quatro anos atrás — a baiana acredita que a compatriota tem condições de brigar por medalha.
- Com certeza, acho que a inglesa (Keri-Anne Payne) vem forte. Vai nadar em casa, está superforte, muito bem disposta e é a principal candidata ao título. Acredito que teremos um pelotão de dez, onze nadadoras disputando medalhas. É bem mais gente do que em Pequim, onde o circuito da prova era mais aberto. Também vejo com boas chances de medalha a Poliana e a tcheca (Jana Pechanova) - analisou.
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