As meninas do Peito





Elas nadam o estilo peito, o mais criticado da natação feminina brasileira. Mas o quarteto fantástico que competirá no Pan Guadalajara está otimista em mudar este quadro como aconteceu com o masculino, hoje detentor de título mundial. Duas disputarão os 100m peito no terceiro dia (17/10) – Tatiane Sakemi e Carolina Mussi – e a que tiver melhor desempenho ainda integrará o revezamento 4x100m medley, no último dia da natação no México, 21/10. As outras – Michele Schmidt e Thamy Ventorin – disputarão os 200m peito no penúltimo dia, 20/10.

Michele Schmidt, do Corinthians, é a mais velha, mas chegou tarde à seleção brasileira. Aos 29 anos, formada em educação física e com duas pós no currículo, esta paulista de Pindamonhagaba nada desde criança, mas só foi se federar aos 18 anos.

- Na minha terra, treinava em academia e tentei nadar em cidades vizinhas, mas não deu muito certo. Só quando fui pra Suzano é que a natação aconteceu comigo. Conheci Fabíola Molina lá atrás, pois São José dos Campos é próxima da minha cidade – disse Michele. Quanto às críticas ao estilo, ela defende sua prova.

- Os 200m peito feminino é chamado por alguns de o mais fraco do Brasil, mas hoje vejo quatro meninas com praticamente a mesma capacidade de bons resultados. Numa competição como o Pan existe muita troca e certamente evoluiremos ainda mais na disputa com nossas adversárias. Não é uma questão de imitar, mas sempre pegamos uma coisa aqui e outra ali, que pode nos ser benéfico no futuro. Sonho alto, mas com pé no chão, que o time do peito feminino vai representar bem o Brasil – concluiu Michele, que tem como objetivo principal em Guadalajara melhorar seu melhor tempo, o da prata no Troféu Maria Lenk deste ano, quando quebrou a barreira dos 2m36, com 2m35s99. A prata no Maria Lenk deste ano foi sua única de 2010 pra cá, já que foi ouro no Maria Lenk 2010 e no Troféu Finkel de 2010 e 2011.

A derrota de Michele no Maria Lenk de maio passado veio para a capixaba Thamy Ventorin, de 24 anos, hoje no Minas Tênis, que marcou 2m35s58 (nota: No Maria Lenk 2011, Thammy e Michelle ficaram atrás da americana Rebecca Soni, que competiu pelo Minas e que conquistou a pontuação da vencedora. Mas por ser estrangeira, a segunda colocada, Thammy, também recebeu a medalha dourada e o título de campeã nacional, e a terceira, Michelle, a prata). Thammy conhece pouco sobre suas adversárias em Guadalajara.

- Conheço mais ou menos as americanas e canadenses, que são as favoritas. As outras são do mesmo nível e as enfrentaremos de igual para igual. Apesar de nunca ter nadado na altitude, fizemos uma boa aclimatação e acredito em melhora de meu próprio tempo – afirmou Thammy.

Já Carolina Mussi, de 23 anos, se vê novamente em boa fase.

- Desde o início do ano não estava achando meu estilão, de bastante apoio e pouca braçada. Agora voltei a me sentir bem, como há muito tempo não acontecia. Inclusive, passei a nadar bem os 200m peito novamente. Apesar de que não disputarei esta prova no Pan, mas sempre que estou bem nos 200m, meu 100m peito cresce – definiu Carol, que gosta de saber somente um pouco de suas rivais.

- Sempre é bom saber um pouco das principais adversárias, até para saber a estratégia. Às vezes, elas nadam forte nos primeiros 50 metros, mas não podemos desesperar, pois elas podem não manter na volta. Geralmente minha passagem não é legal, mas minha volta é boa – concluiu Mussi, que junto com Thamy e Michele são estreantes em Pan.

Já Tatiane Sakemi está num momento de transição na carreira e na vida. A paulista de 25 anos se mudou para Brasília, trocou de técnico e trancou a faculdade de odontologia.

- Me mudei pra Brasília e estou gostando muito. É fácil morar lá, bem tranquila. Conversei com o Ari (Arilson Silva, técnico-chefe do Pinheiros) e juntos resolvemos pela mudança, pois já estava há muito tempo com o mesmo treinador. Mas continuo nadando pelo Pinheiros. Estou me sentindo bem com as mudanças, inclusive na parte física – disse Sakemi, hoje treinada por Antônio Barbosa, o Toninho. Ela analisou o que acha que pode acontecer no Pan 2011.

- Conheço mais a Carol e falando por nós duas, estamos bem focadas nos 100m peito, que hoje é a única prova que venho treinando. Parei de treinar os 50m e os 200m, esta por não me sentir preparada para nada-la e sair bem da piscina. Fico muito cansada após uma prova de 200m peito. Hoje, mais experiente, não quero queimar etapas. Não creio em índice olímpico aqui, mas até a última seletiva, no Troféu Maria Lenk de 2012, sei que tenho chances. Não é impossível. Mas vou indo aos poucos, subindo do cinco para o seis, do seis para o sete, sem pular do seis pro nove. No Pan, não queremos regredir e sei que as americanas e as canadenses, além de uma jamaicana serão as adversárias mais fortes – concluiu Sakemi, que disputou o Pan Rio/2007, no qual ficou em 6º nos 100m peito, em 7º nos 200m peito, e seria bronze no 4x100m medley, que acabou perdendo a medalha devido ao problema com Rebeca Gusmão.



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