uando uma estreou em Jogos Pan-Americanos, a outra nem era nascida. Fabíola Molina, a Lady Pan, vai para sua quinta edição, e Gabriela Rocha, a caçula da equipe brasileira de natação aos 16 anos, mesma idade com que Fabíola foi a mais jovem da equipe nos Jogos de Havana/91, pode repetir a mesma trajetória.
Fabíola conquistou quatro medalhas na competição: prata nos 100m costas no Rio/2007; bronze no 4x100m medley em Mar Del Plata/95 e Winnipeg/99; e bronze nos 100m costas em Mar Del Plata. Era para ser cinco pódios, mas o bronze do reveza 4x100m medley no Rio de Janeiro foi cassado devido ao doping de Rebeca Gusmão.
Gabriela é a atual campeã brasileira juvenil dos 200m, 400m, 800m e 4x100m livre. Nascida em Vitória/ES, ela disputará os 800m livre em Guadalajara.
- Vai ser uma experiência fantástica. É a minha primeira vez na altitude, mas se tudo der certo, posso entrar em final e abaixar meus tempos. Competi no Torneio Quatro Nações, em julho, no Canadá, que foi logo depois da seletiva pan-americana deles. E as duas canadenses que se classificaram para Guadalajara na minha prova competiram comigo. Eu conquistei a medalha de prata, perdendo pra uma e vencendo a outra – disse Gabriela, estudante do 2º ano do ensino médio e que pensa em estudar fisioterapia.
Fabíola ia pro seu segundo Pan quando Gabriela nasceu.
- Esta é uma geração mais madura. Agora, o esporte é muito mais profissional. O conselho que poderia dar a Gabi era o de se manter concentrada no que fazer. Esquecer as adversárias, quem está na raia ao lado, se tem fama ou recordes. Faça a sua prova. Mas nem preciso falar, pois eu a vi dando entrevista e uma das primeiras coisas que ela falou é de que estava focada na competição. Quando tinha 16 anos, jamais falaria isto. Era uma criança, tímida pacas, quase não falava. Hoje falo até demais. Mas disse pra ela aproveitar o momento, curtir a Vila, valorizar estas coisas, o que dá pra fazer sem perder a concentração – brincou Fabíola.
Analisando seus quatro Pans (ela ficou de fora de Santo Domingo/2003), Fabíola lembra de cada edição com detalhes.
- Em 91, era uma viajante. Estava feliz só por estar ali. Além de nova, fui sem meu técnico e fiquei um pouco assustada. Já em 95, mais madura e consciente, pois tinha ido morar nos Estados Unidos no ano anterior, conquistei minhas primeiras medalhas. Em Winnipeg/99 foi meio estranho. Disputei muitas provas – 100m e 200m costas e 200m e 400m medley – e tinha ficado doente um pouco antes. Não estava feliz em Nova York, onde treinava – disse
Fabíola, que acabou por não conseguir a vaga pra edição seguinte, na República Dominicana.
- Depois veio um período negro, do fim de 2002 até 2003, quando não consegui a vaga para o Pan. Meu consolo foi ver o Diogo entrar no time (Diogo Yabe, marido de Fabíola e também na seleção para Guadalajara). Mas comecei a valorizar outras coisas. Vi que estava colocando a natação acima da minha vida. Passei por um processo de renovação para aceitar estar de fora da seleção, buscar respostas… e isto tudo me fortaleceu. Aprendi muito e vi que não era menor por estar de fora do Pan-Americano. E por fim, em outra fase, veio o Pan do Rio de Janeiro, quando eu morava na Itália. Competir em casa foi bom, mas também foi difícil, já que minha avó faleceu um pouco antes. Nadei por ela e até hoje não sei como conquistei a prata dos 100m costas. O dia amanheceu frio e virei os 50 metros bem atrás. Vendo o vídeo depois, percebi que estava em quarto lugar a cinco metros da chegada. Esta medalha foi um presente – concluiu a Lady Pan da natação brasileira.
Em Guadalajara, Fabíola compete nos 100m costas no segundo dia (16/10) e integra o 4x100m medley no último dia da natação (21/10). Já Gabriela Rocha disputa as eliminatórias dos 800m livre no dia 18/10 e se ficar entre as oito finalistas, volta à piscina no dia seguinte.
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