Cesar Cielo só queria tirar o tal piano das costas. Só queria cruzar a piscina do Centro Olímpico Oriental com sua "velocidade natural". Era enfim a prova de que mais gosta, em que se garante: campeão olímpico, campeão mundial e recordista mundial dos 50m livre. Depois de ver a medalha nos 100m escapar por um centésimo, o brasileiro, sem precisar fazer força, voltou a ser o mais rápido. Mas não sozinho. Cravou 22s03, deixou bem para trás os principais adversários - Alain Bernard, Fred Bousquet, Brent Hayden e Roland Schoeman - e passou em primeiro, empatado com o americano Nathan Adrian e com George Bovell, de Trinidad e Tobago, às semifinais do Mundial de Xangai. Bruno Fratus, em 13º, também se garantiu. Nesta sexta-feira, às 7h, os brasileiros vão buscar uma vaga na decisão.
Bousquet, por sinal, amargou uma 21ª colocação: eliminado. E Cielo demorou a acreditar.
- Ele está fora das semis? Tem certeza? Vocês viram certo? - perguntou aos jornalistas.
Antes de os homens mais rápidos do mundo entrarem em ação, um nadador da Mauritânia protagonizou uma cena inusitada. Hamza Labeid se antecipou e caiu na água, sem autorização. Foi eliminado da prova.
Dos favoritos, Cielo foi quem primeiro entrou na piscina. Estava na 14ª bateria, na raia cinco, ao lado de Bruno Fratus, na quatro. Liderou do início ao fim, com o companheiro na cola: tocou em primeiro, com 22s03. Fratus foi logo atrás, com 22s26.
- Eu tenho que passar sem respirar. Hoje, eu não me concentrei muito nisso porque não estava querendo forçar muito meu corpo para dar uma recuperada da final (dos 100m livre). Acho que respirei até duas vezes seguidas. Estava meio displicente no final. Mas, na semifinal, tem que sair 21s7 para garantir uma vaga legal na final, não correr nenhum risco.
Agora era necessário esperar. Na bateria seguinte estavam o francês Alain Bernard e o canadense Brent Hayden. Mas foram outros dois que assustaram: o americano Nathan Adrian e George Bovell, de Trinidad e Tobago. Cravaram o mesmo tempo que Cielo. Bruno, a essa altura, era oitavo.
Na última série, o francês Fred Bousquet e o sul-africano Roland Schoeman despontavam como favoritos. Bousquet, amigo de Cielo, apoiou a decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) de apenas dar uma advertência ao brasileiro pelo uso de doping. Bernard disse que a pena foi branda. Schoeman não se conformava.
Na piscina, tanto Bousquet quanto Schoeman decepcionaram. O francês nadou em 22s38: 21ª posição, eliminado. O sul-africano passou raspando: 22s32, 15º. Bernard, que tinha cravado 22s19, caiu para décimo.
- Segurar nos 50m não dá, mas dá para baixar um pouquinho a frequência, não ir na máxima velocidade. Não foi o que eu podia fazer, estava em uma dosagem bem confortável mesmo. Mas acho que todo mundo fez isso também. Então, não dá muito para dizer - disse Cielo.
Bruno Fratus, que venceu Cielo nos 100m durante o Maria Lenk, em maio, comemorou o resultado nos 50m em Xangai.
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