Afastada do Mundial de natação que ocorre na próxima semana, em Xangai, por conta de um doping, Fabíola Molina tenta se reerguer nos Jogos Mundiais Militares. A atleta, incorporada às Forças Armadas como terceiro sargento do Exército, conquistou o ouro nos 100 m costas na tarde deste domingo. Ela ainda vai disputar os 50 m e os 200 m costa, os 50 m borboleta e o revezamento 4x100 medley.
"Acho que eu merecia. Para a minha carreira, é muito bacana, independente de qualquer coisa. Mas com tudo que aconteceu é mais bacana ainda", disse.
O drama de Fabíola começou nas tentativas para o Mundial, em abril, quando foi pega no antidoping por uso de metilhexanamina. A atleta, 33 anos, já tinha o índice para Xangai, mas acabou perdendo os resultados diante da punição. Para ela, o fato de o exército conhecer o caráter faz com que não tenham dúvidas da versão para os fatos. "Eles sabem que eu sou uma atleta que não está tentando burlar as regras, ou levar vantagem", disse.
Fabíola não sorri quando o assunto é doping. Ela descreve o incidente como devastante. Segundo ela, o resultado não condiz com a personalidade, com a trajetória de carreira, ou com o que ela acredita e prega sobre o assunto. "Foi muito triste receber essa notícia. Eu não merecia passar por isso. Um resultado desses não condiz com quem eu sou", afirmou.
Além de não fazer parte do histórico, Fabíola diz que o doping ocorreu de maneira acidental. Segundo ela, estava escrito na bula do suplemento que ingeriu que era livre para ser usado em treinamento. A atleta alega ainda que a seletiva onde foi pega não tinha valor. "Era uma seletiva para conseguir o índice para Xangai. Eu já tinha esse índice. Não era uma competição por medalhas. Para mim, nada mais era do que um treinamento".
Fabíola afirmou que ficou chocada com a repercussão representada pelo doping. "A conotação negativa que um doping causa é muito ruim. Já que um resultado positivo está sempre relacionado a uso de substâncias ilegais e para tomar vantagem sobre outros atletas. Isso não sou eu e foi muito desgastante para mim", desabafou.
Em meio às competições militares, Fabíola Molina fala que está superando a situação com o apoio dos companheiros de piscina, dos militares, da famíla e das pessoas que a conhecem. "Foi um azar, uma coisa da vida que a gente nunca imagina que vai acontecer. Eu sempre fui uma atleta séria, responsável. Não sei por que aconteceu isso comigo. Não questiono, nem fico perguntado para Deus. Mas com certeza tudo isso tem um motivo, um ensinamento. Eu soube lidar com tudo. E o mais importante é você ter a consciência limpa e isso eu tenho". Após os Jogos Militares, Fabíola quer se preparar para o troféu José Finkel, que ocorre em agosto, em Belo Horizonte. O objetivo é começar a buscar índice para a Olimpíada de Londres, em 2012. Somente depois ela vai se dedicar a outro desafio: ser mãe.
Mesmo depois de tudo, parar não passa pela cabeça da nadadora. "Quero voltar depois para competir nas Olimpíadas do Brasil, em 2016", afirma. Feliz com o resultado deste domingo, Fábiola considera ter superado mais um desafio na vida. "Esse ouro de hoje foi muito especial e mostra que foi uma nuvem que passou".
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